AMERICANA SIM, MAS FALO ALBANÊS

Estava muito ansiosa com a viagem de lua de mel, afinal de contas era a primeira vez que iria conhecer a Itália, terra natal do meu marido e de meus pais.
Estava indo para uma cidade interiorana da Itália, onde se falava um dialeto diferente do italiano - falavam o albanês que também era diferente da Albânia.
Tanto meu marido como meus pais falavam muito esse dialeto dentro de casa, mais que o próprio italiano e o português, fazendo com que eu aprendesse a falar e entender também.
Nossa chegada à Itália foi maravilhosa, afinal de contas estava ao lado do homem que amava, num País encantador. Não sei dizer o quem era melhor, se meu marido que me cobria de dengos , ou se a cidade que me acolhera com tanto carinho...Será porque eu era uma turista?
Não muito tempo depois de nossa chegada à Itália, fomos para a cidade do meu marido, que ficava a uns 600 km da capital italiana.
Ao chegarmos àquele pequeno povoado, fiquei deslumbrada com o lugar. Fomos recebidos inicialmente pelos seus pais. Sua mãe era uma doçura de pessoa, educada e gentil, e seu pai um homem forte e igualmente gentil.
Eles se esforçavam para falar comigo em um italiano misturado com ALBANÊS e português, até que informei para eles que também falava o dialeto local.
Eu era muito jovem, igualmente bonita,  após conhecer todos os familiares de meu marido que não sabia mais o que fazerem para me agradar.
Eu ainda brincava com meu marido que iria conhecer as mulheres que ele havia deixado lá. Ele, muito sério, sempre dizia: - pare com isso mulher, nunca existiu ninguém alem de você!
Sua mãe chamou-me para irmos ao mercadinho local, aproveitando para conhecer algumas amigas e amigos.
Em nosso passeio procurei não falar muito com quem era apresentado, tinha medo de falar algo errado ou seu entendimento fosse diferente do que havia aprendido com meu marido e pais.
Mas algo me chamou atenção:  toda vez que eu era apresentada a alguém, eles me chamavam de americana, algo que não entendia muito, mas como não sabia bem do que se tratava, resolvia me calar e cumprimentar as pessoas assim mesmo.
Até que em uma dessas apresentações, estavam três mulheres- uma senhora e duas jovens- que após minha sogra fazer as apresentações informando que eu era a mulher de seu filho, e brasileira. Continuava calada só sorrindo.
Minha sogra entra no mercadinho local, eu continuo na porta olhando a cidade que por sinal era muito linda.
Quando as duas jovens que acabaram de se apresentar a mim chegam próximo de onde eu estava, mas de costas para mim, e rindo uma para outra comentam em albanês.
Uma dizia: - essa é a americana que roubou meu pretendente.
E a outra dizia: – acho você bem melhor que ela...Olha as roupas dela! Olha o cabelo! Tinha que ser americana mesmo...
Falavam coisas horríveis , virando-se e olhando-me com desdenho. Eu já sabia que americana era sinônimo de coisa ruim para eles.
Depois de algum tempo, minha sogra retorna perguntando se estava tudo bem e se eu queria algo.
Respondi em ALBANÊS, num tom bem alto: Quero sim, minha sogra! Informe a essas duas senhoras que sou americana sim, mas falo ALBANÊS!
E saímos juntas, deixando as duas com a cara no chão.
AMEM
Marcos Toledo

 

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