O que é Bullying?

Bullying é uma palavra inglesa que significa usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso, e perseguir os outros. Representa formas intencionais repetidas por estudantes, que causam angústia ou humilhação à outra pessoa.O Bullying Abrange todas as formas de atitudes agressivas, intencionais, repetidas que ocorrem sem motivações evidentes, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Encontra-se presente, possivelmente, em variadas situações, tais como colocar apelidos, ofender, gozar, envergonhar, humilhar, discriminar, excluir, isolar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amemedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences.(Fante,2004)

O Bullying é um conceito específico e muito bem definido, não se deixa confundir com outras formas de violência. Isso se justifica pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, a propriedade de causar "traumas" ao psiquismo de suas vítimas e envolvidos. Possui ainda a propriedade de ser reconhecido em vários outros contextos, além do escolar: nas famílias, nas forças armadas, nos locais de trabalho (denominado de assédio moral), nos asilos de idosos, nas prisões, nos condomínios residenciais, enfim onde existem relações interpessoais.

Estudiosos do comportamento bullying postulam  que os próprios  escolares identificam e classificam os tipos de papéis sociais desempenhados pelos seus protagonistas:

"Vítima típica": Aquele que serve de "bode expiatório" para um grupo.

"Vítima provocadora": Aquele que provoca determinadas reações contra as quais não possui habilidades para lidar.

"Vítima agressora": Aquele que reproduz os maus-tratos sofridos.

"Agressor": Aquele que vitimiza os mais fracos.

"Espectador": Aquele que presencia os maus-tratos, porém não o sofre diretamente e nem o pratica, mas que se expõe e reage inconscientemente a sua estimulação psicossocial.(Fante, 2003).

Tratar de um grave fenômeno que vem se disseminando cada dia mais, segundo pesquisas da ABRAPIA, 2005(Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Criança e à Adolescência), provocando maiores danos à saúde psicológica  e conseqüentemente produzindo transtornos de Humor, de  Ansiedade e Personalidade.(Lima, 2004).

Transtornos de humor segundo definição do D.S.M  IV são descritos como acarretadores de uma alteração do humor ou do afeto, no sentido de uma depressão (com ou sem ansiedade associada) ou de uma elação . A alteração do humor em geral se acompanha de uma modificação do nível global de atividade, e a maioria dos outros sintomas são quer secundários a essas alterações de humor e da atividade, quer facilmente compreensíveis no contexto destas alterações. A maioria  desses transtornos tendem a ser recorrentes e a ocorrência dos episódios individuais pode freqüentemente estar relacionada com situações ou fatos estressantes   

A característica essencial do Transtorno de Ansiedade Generalizada é ansiedade patológica  ou preocupação excessiva (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por um período de pelo menos 6 meses, acerca de diversos eventos ou atividades.

Critério A: O indivíduo considera difícil controlar a preocupação

Critério B: A ansiedade e a preocupação são acompanhadas de pelo menos três sintomas adicionais, de uma lista que inclui inquietação, fatigabilidade, dificuldade em concentrar-se, irritabilidade, tensão muscular e perturbação do sono (apenas um sintoma adicional é exigido em crianças).

Critério C: O foco da ansiedade e preocupação não está confinado a aspectos de um outro transtorno do Eixo I, como ter um Ataque de Pânico (no Transtorno de Pânico), sentir embaraço em público (na Fobia Social), ser contaminado (no Transtorno Obsessivo-Compulsivo), estar afastado de casa ou de parentes próximos (no Transtorno de Ansiedade de Separação), ganhar peso (na Anorexia Nervosa), ter múltiplas queixas físicas (no Transtorno de Somatização) ou ter uma doença séria (na Hipocondria), e a ansiedade e preocupação não ocorrem exclusivamente durante o Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Critério D: Embora os indivíduos com Transtorno de Ansiedade Generalizada nem sempre sejam capazes de identificar suas preocupações como "excessivas", eles relatam sofrimento subjetivo devido à constante preocupação, têm dificuldade em controlar a preocupação, ou experimentam prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes.

Critério E: A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (droga de abuso, medicamento, exposição a uma toxina) ou de uma condição médica geral, nem ocorre exclusivamente durante um Transtorno do Humor, Transtorno Psicótico ou ).

A intensidade, duração ou freqüência da ansiedade ou preocupação são claramente desproporcionais à real probabilidade ou impacto do evento temido. A pessoa considera difícil evitar que as preocupações interfiram na atenção a tarefas que precisam ser realizadas e têm dificuldade em parar de se preocupar.

Os adultos com Transtorno de Ansiedade Generalizada ou Patológica, freqüentemente se preocupam com circunstâncias cotidianas e rotineiras, tais como possíveis responsabilidades no emprego, finanças, saúde de membros da família, infortúnio acometendo os filhos ou questões menores (tais como tarefas domésticas, consertos no automóvel ou atrasos a compromissos).

As crianças com Transtorno de Ansiedade Generalizada tendem a exibir preocupação exagerada: Fobia; Pânico; Transtornos psicossomáticos; Rejeição; Depressão,

Os Traços de personalidade são padrões no modo de perceber, relacionar-se e pensar sobre o ambiente e sobre si mesmo, exibidos em uma ampla faixa de contextos sociais e pessoais. Apenas quando são inflexíveis e mal-adaptativos e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativo, os traços de personalidade constituem Transtornos da Personalidade.

A característica essencial do Transtorno da Personalidade é um padrão persistente de vivência íntima e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo e se manifesta em pelo menos duas das seguintes áreas: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal ou controle dos impulsos.

Critério A: Este padrão persistente é inflexível e abrange uma ampla faixa de situações pessoais e sociais.

Critério B: Provoca sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

 Critério C: O padrão é estável e de longa duração, podendo seu início remontar pelo menos à adolescência ou começo da idade adulta.

Critério D: O padrão não é melhor explicado como uma manifestação ou conseqüência de outro transtorno mental.

Critério E: Nem decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento, exposição a uma toxina) ou de uma condição médica geral (por ex., traumatismo craniano). 

O diagnóstico dos Transtornos da Personalidade exige uma determinação dos padrões de funcionamento do indivíduo a longo prazo, e as características particulares da personalidade devem ser evidentes no início da idade adulta. Os traços de personalidade que definem esses transtornos, também devem ser diferenciados de características que emergem em resposta a estressores situacionais específicos ou estados mentais mais transitórios (por ex., Transtorno do Humor ou de Ansiedade, Intoxicação com Substância).

O clínico deve avaliar a estabilidade dos traços de personalidade ao longo do tempo e em diferentes situações. Embora uma única entrevista com a pessoa às vezes seja suficiente para fazer o diagnóstico, habitualmente é necessário realizar várias entrevistas espaçadas ao longo do tempo. A avaliação pode ser complicada pelo fato de que as características que definem um Transtorno da Personalidade podem não serem consideradas problemáticas pelo indivíduo (isto é, os traços são ego-sintônicos). Para superar esta dificuldade, pode ser útil obter informações suplementares de outros informantes. (DSM,2004)

O Bullying  atinge a área mais preciosa e íntima do ser a sua psique.Envolve e vitimiza a criança, na tenra idade escolar, tornando-a refém de ansiedade e de emoções, que interferem negativamente nos seus processos de aprendizagem devido à excessiva mobilização de emoções de medo, de angústia e de raiva reprimida. A forte carga emocional traumática da experiência vivenciada, registrada em seus arquivos de memória, poderá aprisionar sua mente a construções inconscientes de cadeias de pensamentos desorganizados, que interferirão no desenvolvimento da sua autopercepção e auto-estima, comprometendo sua capacidade de auto-superação na vida.(Fante, Cleo,2004)
 
Marcus Antonio Britto de Fleury Junior  

Psicólogo

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