Acidente na Ponte J.K

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 O professor de Educação Física Paulo César Timponi, 49 anos, segundo informações da Polícia Civil é suspeito de conduzir o Golf, placa JGR 8365-DF, que provocou a morte de três mulheres – Antônia Maria de Vasconcelos, 34 anos, Altair Barreto de Paiva, 53, e Cíntia dos Santos, 34 –, na noite de sábado, na Ponte JK.

Elas estavam no Corolla Toyota, placa JGD 7628-DF, no sentido Plano Piloto-Lago Sul. Outras duas pessoas seguiam no carro: Luiz Cláudio Vasconcellos e Cássio Resende. De acordo com testemunhas o professor disputava um racha com uma caminhonete S-10 vermelha, ainda não identificada.

Como a testemunha do acidente não conseguiu anotar a placa da caminhonete, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran/DF), imprimiu todas as fotos das S-10 vermelhas, com cabine dupla, existentes no DF. Existem 712 veículos com tais características na região. "Agentes irão à casa dos proprietários dos carros com estas características. Eles terão que nos explicar o que faziam às 18h do sábado", garante o diretor do Detran, Délio Cardoso.

Paulo César será indiciado por homicídio doloso, com intenção de matar. Se condenado, pode pegar de seis a 20 anos de prisão. Ele também responderá por omissão de socorro, com detenção de seis meses a um ano, além do racha, que pode ser de seis meses a dois anos. Segundo os policiais, ele assumiu o risco ao trafegar em velocidade superior à permitida pela via, ao omitir socorro e, também, ao espírito de competição (racha).

Esta não é a primeira vez que o professor de Educação Física tem problemas com a polícia. No ano passado, ele foi autuado por falsidade ideológica. Em 1987 e 1988, Paulo teve três passagens por receptação além de ter sido preso por tráfico de cocaína e detido por três anos no Presidio Pampuda em Brasília.

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Multas No Detran, o nome do professor também não está livre de infrações. Há 11 multas atribuídas ao mesmo carro, que destruiu três famílias no sábado. Segundo a Assessoria do Departamento de Trânsito, Paulo só não teria perdido a carteira de motorista, ainda, porque teria dividido os pontos, que são adquiridos conforme as infrações, entre a mulher e a filha.

"Na minha gestão, este homem nunca mais dirige. A carteira de motorista dele está oficialmente cancelada. É questão de honra para mim", prometeu o diretor do Detran. "Só assim as famílias podem ter paz. Elas saberão que um homem como este não pode mais dirigir", completou Délio Cardoso.

Destino O destino dos passageiros do Corolla e do Golf se cruzaram às 18h de sábado, na Ponte JK, quando o motorista do segundo carro perdeu o controle e colidiu na traseira do Corolla. Como estavam sem cinto de segurança, as três mulheres foram lançadas para fora do veículo.

O condutor do Corolla era o assessor do Ministério das Cidades, Luiz Cláudio Vasconcelos, marido de Antônia e cunhado de Altair. Cíntia era uma amiga do casal que iria decorar a casa deles, no Lago Sul.

Ao sair de dentro do carro, Luiz apenas olhou os corpos das pessoas que ele conhecia tão bem. Sua mulher ainda respirava, apesar da dificuldade. Com os olhos abertos, ela o olhava fixamente, como a última chance de se despedir. Em uma tentativa frustrada de não perder a mãe de seus três filhos, ele gritou: "Não morre. Não morre". Foi quando Antônia fechou os olhos e não acordou mais.

Vítima em estado de choque
Luiz Cláudio não conseguiu, em um primeiro momento, entender que tinha acabado de perder parte de sua família. Assim, ele entrou em estado de choque e teve de ser levado para o Hospital de Base. Depois de atendido, disse que viu a mulher morrer em seus braços. "Esses dois monstros destruíram minha vida!", declarou, ao se referir aos motoristas que faziam o "pega".

Mesmo após o acidente, nenhum dos rapazes que dirigiam em alta velocidade, numa via de 70 km/h, parou. Graças a uma testemunha que anotou a placa do Golf, a polícia foi até a casa do professor de Educação Física, no Condomínio Estância Jardim Botânico II, no Lago Sul. Paulo César Timponi não estava. Seu carro foi encontrado com uma batida na dianteira esquerda. No Golf, policiais encontraram ainda uma garrafa de uísque e latas de cerveja.

Famílias choram a dor da perda Luís Augusto Gomes

"Eles acabaram com nossos sonhos, o alicerce de nossas vidas", disse, ontem, o assessor do Ministério das Cidades Luiz Cláudio de Vasconcelos, 50 anos, referindo-se ao acidente automobilístico provocado por um Golf e uma S-10 vermelha, que tirou a vida de sua mulher, Antônia Maria de Vasconcelos, 34 anos; da cunhada, Altair Barreto de Paiva, 53 anos; e da amiga, a decoradora Cíntia dos Santos, 34 anos.

Luiz Cláudio dirigia o Corolla. Ele, as três mulheres e Cássio Rezende, marido de Cíntia, tinham acabado de sair da Casa Cor. Luiz e Antônia compraram móveis na loja para Cíntia decorar a casa que acabaram de construir em um condomínio no Park Way. Seguiam para a casa de um irmão de Luiz, no Lago Sul. O assessor estava levando a decoradora para fazer um trabalho na residência do irmão.

Luis Cláudio afirma que tinha acabado de atravessar a Ponte JK, quando sentiu o impacto da batida na traseira do carro. Conta que o Corolla "voou" com o choque, bateu no poste de iluminação pública e atravessou a pista em sentido contrário. As três mulheres foram arremessadas para fora quando o poste caiu em cima do veículo. Cássio foi o primeiro a sair. Em seguida, Luiz Cláudio também deixou o carro. Viu Altair e Cíntia mortas. Antônia ainda estava viva. Ele pediu à mulher para não o abandonar sozinho com os filhos e a neta, nascida há 40 dias nos Estados Unidos, onde a filha mora (ela chega hoje a Brasília para assistir ao sepultamento da mãe, no Campo da Esperança).

A neta era o grande sonho de Antônia. Quando a criança nasceu, ela viajou à América para acompanhar o parto da filha. Tinha retornado há duas semanas. Estava feliz com o nascimento da menina e a conclusão da construção da casa. "Esses caras são uns monstros e matam em nome da impunidade!", desabafou Luiz Cláudio.

Impunidade Mas o professor de Educação Física Paulo César Timponi, de 49 anos, que dirigia o Golf placa JGR-8365 (DF) e disputava "pega" com o condutor da S-10 vermelha, ainda não-identificado pela polícia, não destruiu só a família de Luiz Cláudio. Altair e Cíntia também eram mães, mulheres responsáveis que perderam a vida por causa da irresponsabilidade de dois estranhos.

O empresário Cid Almeida de Paiva, 54 anos, veio de Goiânia para levar o corpo da mulher Altair, com quem era casado há 30 anos e tem dois filhos. Paiva se manifestou revoltado com a situação que, segundo ele, pode terminar em nada. "Temos que mobilizar a sociedade e fazer alguma coisa para acabar com a impunidade!", desabafou.

Cíntia também tinha dois filhos, um de cinco e outro de sete ano. Cássio, marido da decoradora, vai levar o corpo para Goiânia. Os planos das três famílias foram destruídos. "Nunca vou esquecer o dia em que peguei minha mulher no asfalto e pedi para ela não morrer", lamentava-se Luiz Cláudio de Vasconcelos. "Todos pedem justiça", conclamou o assessor Cid e Luiz Cláudio, maridos de duas das vítimas do acidente na ponte, questionam impunidade
Famílias choram a dor da perda Luís Augusto Gomes
"Eles acabaram com nossos sonhos, o alicerce de nossas vidas", disse, ontem, o assessor do Ministério das Cidades Luiz Cláudio de Vasconcelos, 50 anos, referindo-se ao acidente automobilístico provocado por um Golf e uma S-10 vermelha, que tirou a vida de sua mulher, Antônia Maria de Vasconcelos, 34 anos; da cunhada, Altair Barreto de Paiva, 53 anos; e da amiga, a decoradora Cíntia dos Santos, 34 anos.
Luiz Cláudio dirigia o Corolla. Ele, as três mulheres e Cássio Rezende, marido de Cíntia, tinham acabado de sair da Casa Cor. Luiz e Antônia compraram móveis na loja para Cíntia decorar a casa que acabaram de construir em um condomínio no Park Way. Seguiam para a casa de um irmão de Luiz, no Lago Sul. O assessor estava levando a decoradora para fazer um trabalho na residência do irmão.
Luis Cláudio afirma que tinha acabado de atravessar a Ponte JK, quando sentiu o impacto da batida na traseira do carro. Conta que o Corolla "voou" com o choque, bateu no poste de iluminação pública e atravessou a pista em sentido contrário. As três mulheres foram arremessadas para fora quando o poste caiu em cima do veículo. Cássio foi o primeiro a sair. Em seguida, Luiz Cláudio também deixou o carro. Viu Altair e Cíntia mortas. Antônia ainda estava viva. Ele pediu à mulher para não o abandonar sozinho com os filhos e a neta, nascida há 40 dias nos Estados Unidos, onde a filha mora (ela chega hoje a Brasília para assistir ao sepultamento da mãe, no Campo da Esperança).
A neta era o grande sonho de Antônia. Quando a criança nasceu, ela viajou à América para acompanhar o parto da filha. Tinha retornado há duas semanas. Estava feliz com o nascimento da menina e a conclusão da construção da casa. "Esses caras são uns monstros e matam em nome da impunidade!", desabafou Luiz Cláudio.
ImpunidadeMas o professor de Educação Física Paulo César Timponi, de 49 anos, que dirigia o Golf placa JGR-8365 (DF) e disputava "pega" com o condutor da S-10 vermelha, ainda não-identificado pela polícia, não destruiu só a família de Luiz Cláudio. Altair e Cíntia também eram mães, mulheres responsáveis que perderam a vida por causa da irresponsabilidade de dois estranhos.
O empresário Cid Almeida de Paiva, 54 anos, veio de Goiânia para levar o corpo da mulher Altair, com quem era casado há 30 anos e tem dois filhos. Paiva se manifestou revoltado com a situação que, segundo ele, pode terminar em nada. "Temos que mobilizar a sociedade e fazer alguma coisa para acabar com a impunidade!", desabafou.
Cíntia também tinha dois filhos, um de cinco e outro de sete ano. Cássio, marido da decoradora, vai levar o corpo para Goiânia. Os planos das três famílias foram destruídos. "Nunca vou esquecer o dia em que peguei minha mulher no asfalto e pedi para ela não morrer", lamentava-se Luiz Cláudio de Vasconcelos. "Todos pedem justiça", conclamou o assessor.
antonio siqueira
Professor é "monitorado"
Três testemunhas vão prestar depoimento, hoje, ao delegado assistente da 10ª DP (Lago Sul), Jefferson Gimenes. Além das declarações, a polícia aguarda o laudo da perícia do Instituto de Criminalística feito no local do acidente para indiciar Paulo César Timponi e o motorista da caminhonete vermelha ainda não-identificado, por homicídio doloso. Eles podem ser presos a qualquer momento.

Jefferson não confirma, mas um agente que trabalha nas investigações e que pediu para não ter o nome revelado informou que Timponi está sendo "monitorado". Na opinião do policial, se o professor for inteligente é melhor se entregar para evitar a prisão. Além de colocar o "pega", a polícia encontrou no Golf de Timponi, um litro de uísque e uma lata de cerveja. Por isso, os investigadores suspeitam que ele estava embriagado na hora do acidente.

O exame de teor alcoólico não poderá ser feito, mas o laudo da perícia será fundamental para a polícia ratificar o crime de homicídio doloso contra os dois motoristas. O delegado foi taxativo ao afirmar que eles assumiram o risco ao dirigir em alta velocidade e fugir sem prestar socorro às vítimas.

Publicado em: 08/10/2007