Baterias políticas disparam aviões teleguiados

protesto Baterias políticas disparam aviões teleguiados
Protesto em Peshawar, capital da província Khyber Pakhtunkhwa, contra os ataques não tripulados. Foto: Ashfaq Yusufzai/IPS

Peshawar, Paquistão, 17/9/2012 – Os partidos políticos do Paquistão, incluído o governante Partido do Povo, concordam em rejeitar os ataques com aviões não tripulados dos Estados Unidos e as operações militares na fronteira com o Afeganistão contra combatentes islâmicos. “Até agora, apenas o partido Pakistan Tehreek-Insaf, presidido por Imran Khan, se opunha frontalmente à campanha militar dos Estados Unidos no Waziristão”, disse Mohammad Azim, ex-prefeito de Mardan, um dos 25 distritos da atribulada província de Khyber Pakhtunkhwa.

“Na medida em que se aproximam as eleições, os demais partidos tentam explorar o sentimento antinorte-americano para conseguir apoio nas eleições gerais do ano que vem”, acrescentou Azim. Os aviões teleguiados lançam ataques nessa província, na fronteira com o Afeganistão, e também nas Áreas Tribais Administradas Federalmente (Fata), sob controle direto do governo federal. Os partidos religiosos sob o guarda-chuva de Muttahida Majlis Amal (MMA) arrasaram nas eleições de 2003 por seus vínculos com o movimento islâmico Talibã e formaram governo em Khyber Pakthtunkhwa e na província do Balochistão.
Depois, abandonaram o Talibã e após as eleições de 2008 praticamente desapareceram. Agora, os dois maiores partidos dessa aliança, Jamaat Islã (JI) e Jamiat Ulemai Islã (JUI), saíram de sua hibernação para aderir à campanha contra os Estados Unidos e denunciar a operação do governo paquistanês para o Waziristão, nas Fata. O chefe do JI, Munawar Hassan, declarou, no dia 5, em um ato realizado em Nowshera, em Khyber Pakhtunkhwa, que seu partido não deixaria o governo lançar um ofensiva militar no Waziristão.
“Agentes norte-americanos querem criar instabilidade no país lançando o exército em uma operação no Waziristão do Norte, mas não deixaremos que isso ocorra”, afirmou perante o público reunido com cartazes onde se lia ataques contra os Estados Unidos e o governo do Paquistão. “A operação militar está em andamento nas sete agências das Fata desde 2005, mas nenhum dirigente político se importou com isso”, disse à IPS o analista Javid Hussain.
A solidariedade, a liberdade e a autonomia do Paquistão estão em risco pela interferência de Washington e seus aliados nos assuntos internos deste país. O chefe do JUI, Maulana Fazlur Rehman, também criticou os Estados Unidos em seus atos públicos e em entrevistas coletivas. “Não abandonaremos os residentes tribais nem será lançada uma campanha militar ali”, afirmou Rehman aos jornalistas no dia 3, em Islamabad.
Mesmo os partidos menores se deram conta de que se opor à operação militar e aos ataques com aviões não tripulados lhes trará benefícios eleitorais. “Os ataques com aviões não tripulados atentam contra a soberania do país”, afirmou à IPS o médico Ikramullah Khan, do partido Swabi Qaumi Mahaz. “Matam mulheres e crianças inocentes contrariando as convenções de Genebra e a Carta da Organização das Nações Unidas”, acrescentou. A iminente ação militar no Waziristão do Norte será um desastre. Cerca de 300 mil dos 5,8 milhões de habitantes das Fata abandonaram suas casas por causa de operações militares, denunciou Khan. Uma ação militar no Waziristão do Norte deixará mais pessoas sem casa e não trará nenhum resultado, acrescentou.
O chefe do governante Partido do Povo do Paquistão, Aftab Ahmed Khan também questionou a situação e disse que o uso da força avivou o terrorismo nas áreas tribais, entre outras regiões. “Nunca permitiremos que o governo lance uma ação militar no Waziristão do Norte, porque criaria mais terrorismo em lugar de preparar o caminho para a paz”, disse à IPS. O atual mal-estar nas Fata pode ser resolvido pelo diálogo, opinou Khan. Uma intervenção militar prejudicaria ainda mais a população, que já sofreu demais, destacou.
O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, recorre a táticas dilatórias para iniciar a operação no Waziristão do Norte, apesar da pressão dos Estados Unidos. A Liga Muçulmana do Paquistão – Nawaz (PML-N) também pretende que o governo se abstenha de uma operação militar e adote o caminho da paz. Khan, ex-estrela do críquete e hoje dirigente político, foi mais contundente ao prometer que vai derrubar os aviões não tripulados quando for primeiro-ministro. “O diálogo é a única solução para o problema no Waziristão e em outros lugares”, afirmou à IPS desde Dubai, nos Emirados Árabes.
“Iremos ao Waziristão com cem mil pessoas no dia 6 de outubro”, anunciou Khan no dia 30 de agosto, em entrevista coletiva em Islamabad. “Recorrerei à imprensa internacional para que conheça a dimensão da destruição causada pelos aviões não tripulados”, acrescentou. O governo deve renunciar se não pode proteger a vida das pessoas, e matar inocentes com aviões não tripulados e operações militares apenas avivará o terrorismo”, ressaltou. O Partido Nacional Awami, forte opositor ao Talibã, também se mostra contrário ao uso dessa tecnologia. “As operações com aviões não tripulados atentam contra a soberania do país e nunca a apoiaremos”, declarou à IPS o dirigente Bashir Ahmed Bilur. Envolverde/IPS

(IPS)
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