Natal subjetivo

Natal, inata data que nos marca e deixa inscrito n'alma, pra sempre, lembranças, sensações, elucubrações da infância ao derradeiro momento fatal.

Nata do leite primeiro, símbolo do amor infindo, do mistério da virgem, metáfora natural no que há de desconhecido, lindo e verdadeiro.

Tal filho de carpinteiro,
carismático, determinado.
Entrega-se por inteiro.
Mostra o além do amr e ser amado.

Aniversariante tão querido e singelo.
Abranda e emana o espírito de luz na humanidade,
despertando alegrias, generosidade,
conciliando brigas, quebrando o gelo.

Se o que sinto tivesse nome adequado, a intensidade diminuiria, pois eu não precisaria vasculhar dentro de mim pra descobrir o que é. Há vantagem em não saber. Ainda que sofrendo, o que senti, vivi.

Camuflando sentimentos e dores - como fazem os psicotrópicos - perdemos intensidade e passamos por cima das melhores pistas sobre nossa vida, embora muitas vezes as pistas sejam de informações desagradáveis.

No entanto, só conhecendo o mal-estar provocado pelo desagradável é que se pode saber o que de fato gostamos e o que nos faz felizes.

Viver na superfície evita sofrimento e, junto, conhecimento, vivência. Se me isolo ou me recolho, há motivo. A convivência comigo sugou as forças que precisaria para conviver com outrem. Posso ter perdido amigos, mas não é possível que eu tenha feito amizade com alguma parte de mim nesse tempo?

O problema é que meus "eus" são férteis e se multiplicam constantemente. Há muitas populações em mim a quem ainda não tive tempo de dizer "Olá!".

"Na verdade, só existe prazer no uso e no sentimento das próprias forças, e a maior dor é a reconhecida falta de forças onde elas seriam necessárias." (Schopenhauer)


É exremamente desesperador quando ninguém acredita no que dizemos e também não se consegue acreditar no que seja realidade para as pessoas. Mesmo que seja unânime para elas e pareça que só eu estou certa e todos estão errados. Intrusa no mundo cujas regras me detonam. Meu cérebro não funciona do jeito esperado, comportamento responde mal a estímulos, uma extraterrestre, ofendendo por assustar com a excentricidade.


Vida. Tania Montandon (guache sobre tela)

"Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?" (Guimarães Rosa)

Ilhada na incompreensão mútua, eremita de alma, a anos-luz do comum e agradável. Tormento de espíritos - vivos e/ou mortos - com vocativos dolorosos, reais descartados, inimigos da linguagem e da paz. Será que pensam que o esquisito me é familiar? Seria tranquilo se o fosse. Não é só o mundo e as pessoas que são amendontradoras, eu também me sou amendontradora. Se um dia alguém me compreendesse, meu sorriso rasgaria minha pele e perfuraria meus olhos sem dor ou sangue, numa satisfação transcendente e extasiante.

Se a vida possui tempo e espaço, não me conte;
ando desarmada, para não perder o momento.
Que o imprevisto me desmonte!

Tania Montandon
Fragmentário de Inspirações
arte, cultura, literatura, entretenimento

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