As crianças nascidas de mulheres com HIV na África, a teta da pobreza e o leite abençoado

Africa1 1024x746 As crianças nascidas de mulheres com HIV na África, a teta da pobreza e o leite abençoado
Foto: Divulgação/ Internet

Nascer de uma mulher com HIV na África virou risco de morte ou adoecimento. Essa mentira está sendo contada de boca em boca durante décadas no contexto da epidemia de aids. Dizem às pesquisas que isso acontece porque tem pobreza, e, portanto, não tem água potável, não tem comida, etc., e outro fator é que as mulheres não abrem mão de dar o peito. Será isso mesmo? Ou seja, as mulheres em decorrência da cultura impedem as mudanças neste sentido?

Das 180 mulheres ouvidas nas oficinas do projeto Saber para Reagir em Língua Portuguesa* nenhuma pareceu concordar com esse argumento e depois de conhecerem os resultados de uma pesquisa feita no Brasil, que diz haver risco acrescido de transmissão através da amamentação de 7% até 22% por exposição (mamada) disseram que se tiverem informações e apoio necessário farão tudo o que for necessário para proteger os filhos, inclusive reconhecendo que existem outras formas de dar e receber afeto dos filhos/as sem ser amamentando no peito.
É fato que tem pobreza na África, é fato que lá tem o HIV, mas é fato também que a pobreza pode e deve ser eliminada na África, ou se esse horizonte for muito difícil pode e deve ser oferecida a assistência necessária para essa mãe e sua família (filhos além da criança exposta ao HIV) ao menos até os seis meses de vida, tempo esse, estabelecido para o fornecimento do leite artificial para a criança exposta, infectada ou não.
A cesta básica para essa mãe e criança é composta de: aconselhamento na gestação e pós parto e o fornecimento da fórmula láctea ou leite NAN para a criança até os seis meses de vida. Se ainda couber na cesta apoio para toda a família neste período a fim de garantir que as demais crianças e também a mãe tenham alimentação suficiente ficará perfeito! Daí o leite da criança exposta fica só pra ela.
Cabe ao poder público garantir essa cesta no âmbito de uma política responsável, sustentável e comprometida com a vida. E também porque fica mais econômico, já que a pobreza existe e, portanto, os recursos financeiros são poucos. Está comprovado que os custos com o tratamento de pessoas infectadas com o HIV são maiores do que os investidos na prevenção.
Abaixo duas boas e recentes notícias sobre a superação desses obstáculos e com vistas às transformações necessárias para, por exemplo, impedir que em um ano 16 mil crianças sejam infectadas em Moçambique por meio do aleitamento materno.
18 de março de 2013, 17h30 - Uma mulher de São Tomé e Príncipe que participou da oficina Saber para Reagir escreveu por e-mail:“Caríssima Jeni, chegamos bem graças a Deus. Fiz e-mails só falta de Maria dos reis e da Cosma. Quanto às cartas acho que vamos precisar da vossa ajuda. Outra boa noticia e que o governo já esta a fazer compras de leite para as mães seropositivas (…)”
31 de março de 2013, 19h52 - Uma mulher de Cabo Verde que participou da oficina Saber para Reagir escreveu por e-mail sobre a chegada do leite artificial: “Querida, acho que agora é para valer mesmo amiga, aliás, eu que estou a distribuir já tenho quantidade que dá para seis meses de idade e já tenho previsões das crianças, por isso acho que é para valer amiga estou muito feliz amiga e peço a Deus que vá até o final. Também queria dizer que eu que estou a distribuir, depois de tanta luta agora esta na minha mão amiga. Estou muito feliz”.
FINAIS FELIZES, ACREDITAR E LUTAR POR ELES!
Este projeto, apoiado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids) e pelo Ministério da Saúde, tem por objetivo fortalecer o ativismo contra a aids de mulheres brasileiras e dos países africanos de lingua oficial portuguesa.

Nair Brito é ativista, integrante do Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas e uma das organizadoras do Saber para Reagir em Língua Portuguesa.
** Publicado originalmente no site Agência de Notícias da Aids.

(Agência de Notícias da Aids)
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