A FRITURA DE DILMA

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Um estudante num fórum sobre liberdade em Porto Alegre, à falta de um microfone, levantou-se e fez sua pergunta em voz alta. Queria saber do palestrante, o senador e candidato a presidente da República Aécio Neves, sobre o helicóptero de outro senador, Zezé Perrela, que com deslocamento pago pelo Senado e parte pela Assembléia Legislativa de Minas, levava 450 quilos de cocaína.
Foi parado no Espírito Santo, o piloto preso e apontado como responsável pela droga, “uso indevido” do helicóptero do senador Perrela. Preso, o crime é inafiançável, já está nas ruas graças a um habeas corpus concedido pela justiça mineira, uma espécie de propriedade privada de Aécio Neves.
O estudante disse à Polícia e a mídia que foi retirado à força do local, agredido pelos seguranças e impedido de manter sua pergunta. O seminário era sobre liberdade e a mídia mineira não deu um pio. É, tradicionalmente, mídia banana, barata e podre. A mídia de mercado do País sequer um vagido sobre o assunto.
É uma pequena demonstração, pequenas mas grave, do que seria um eventual governo Aécio Neves, um dos maiores desastres já acontecidos a Minas Gerais.
Um grupo de deputados e senadores da oposição, incluindo o candidato Randolphe não sei das quantas, do PSOL, recorreu através de um mandado de segurança ao STF – Supremo Tribunal Federal – para obrigar o senador Renan Calheiros, presidente da Câmara Alta a instalar a CPI da PETROBRAS. O foco é a compra da refinaria de Passadena, hoje lucrativa e apontada como promissora em todos os sentidos.
No caso de Ranfolphe é mais uma Heloísa Helena da vida. Deu o braço a ACM e Randolphe, não demora muito, vai estar desfilando pelos corredores do Congresso com o senador Álvaro Dias, um dos principais líderes da oposição.
Esse mesmo Álvaro Dias que, em 1998, teve sua campanha financiada pelo doleiro que emprestou o avião ao deputado André Vargas, do PT, uma espécie de toupeira no Partido dos Trabalhadores (sic). O alvo aqui é a presidência da Câmara na próxima legislatura.
Solteiro, Aécio Neves foi orientado por seus marqueteiros e conselheiros políticos a arranjar um casamento. Era necessário apresentar-se aos brasileiros como chefe de família responsável. Um contrato foi feito com a eleita, aquela em que o sapatinho serviu, um filho está a caminho, mas o senador e candidato, fiel ao seu estilo, não resistiu aos encantos da ex-deputada venezuelana María Corina e passou a noite com a mesma. A cara metade tem direito a cobrança de multa por infringência de normais contratuais. A certa altura do campeonato a venezuelana não sabia se ia ou ficava, melhor que ex-deputada na Venezuela, a perspectiva, quem sabe, de vir a ser primeira dama no Brasil.
A mídia de mercado nada. Aécio é o eleito dos donos dos veículos de comunicação do País, o preferido de boa parte da FIESP, acha, disse isso respondendo a uma pergunta de um empresário, que fará sua mensagem chegar aos “pobres”, pois esses “votam pelo estômago”. É o apreço e respeito que tem pelo trabalhador.
Os EUA e os principais investidores estrangeiros apostam na eleição de Aécio. Significa a privatização da PETROBRAS, já vendida antecipadamente, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, na roubalheira que chama de “choque de gestão”.
Devem ser as festas que o ex-governador Antônio Anastasia promovia, com dinheiro público, no Palácio das Mangabeiras, uma das sedes do governo de Minas, com o tema ANASTÁCIA A PRINCESA ESQUECIDA, onde desempenhava o papel da suposta sobrevivente do massacre da família do czar Nicolau logo após a vitória da revolução soviética.
Em todo esse processo, mais as diatribes de Marina da Silva, uma espécie de mulher borracha que de tal forma se encalacrou, que não volta ao normal e agora ao lado de Eduardo Campos, tentando inverter a chapa. Ela candidata a presidente e ele candidato a vice.
São ninhos de cobra aos quais se associam a mídia de mercado, grandes empresários, banqueiros (O Itaú financia Marina) e latifundiários, ávidos de transformar a Amazônia numa grande plantação de soja transgênica e repleta de agrotóxicos, sob a batuta da MONSANTO umas das principais acionistas do Estado brasileiro.
E os institutos de pesquisa, DATA FOLHA e IBOPE, com trabalhos dirigidos, mostrando a “queda” de Dilma, numa espécie de primeira etapa do processo eleitoral propriamente dito.
O que faz a presidente? Nada. Desanda a viajar pelo País, aceita que o governo dos EUA a despeito da espionagem escandalosa, instalem centros de vigilância no Brasil para monitorar norte-americanos e sua seleção durante a Copa, agentes da CIA e do FBI.
Só faltam os agentes da MOSSAD no sul do Brasil virem ajudar.
Dilma é menor que o cargo, deve ser reeleita pela presença de Lula em sua campanha, mas já há setores empresariais, inclusive, pedindo o volta Lula, que é também uma forma de fritar a presidente.
Com certeza e pela disposição para mentir, omitir, distorcer e inventar, da mídia de mercado, vai ser uma das mais baixas campanhas eleitorais da história das eleições brasileiras.
Sem falar no que Joaquim Barbosa e sua vocação para o palco podem vir a interferir na pela num dos seus atos.
É Dilma sendo fritada e o Brasil negociado por Aécio, enquanto um paspalhão, Eduardo Campos brinca de tentar melhorar sua cotação na bolsa de bandidos da política brasileira, com as bênçãos da evangélica Marina.