LATROCÍNIO? ME ENGANA QUE EU GOSTO

A hipótese que o agente da Polícia Federal Wilton Tapajós Macedo tenha sido vítima de latrocínio é ridícula. Wilton foi assassinado no cemitério Campo da Esperança, em Brasília e participou da Operação Tapajós que resultou na prisão do banqueiro Carlos Cachoeira.

Dois tiros na cabeça, sinal claro de execução. Há 24 anos na Polícia Federal, lotado no Núcleo de Inteligência Policial da Superintendência da PF no Distrito Federal, participou de várias ações de combate ao narcotráfico e a pedofilia.

O fato de seu automóvel ter sido levado não sustenta a tese de latrocínio. Agentes da própria Polícia Federal, extra oficialmente, levantam a hipótese de Wilton Tapajós estar em missão.

Há dias o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, em denúncia pública, acusou os golpistas paraguaios de terem ligação com o narcotráfico e de boa parte do golpe ter sido financiada por traficantes.

Há anos a Agência de Combate às Drogas dos EUA acusou o ex-presidente Álvaro Uribe de ser ligado a traficantes e ter obtido financiamento para suas campanhas eleitorais com Pablo Escobar, um mega traficante que, preso, construiu uma prisão para si com todo o luxo e conforto possível.

O crime organizado tem muito mais força do que se possa imaginar e Carlos Cachoeira não é alguém que tenha escrúpulos ou medo de mandar executar desafetos, ainda mais que, segundo informes da própria mídia de mercado, está impaciente com o fato de não ter conseguido ainda um habeas corpus. Está preso desde fevereiro.

A Operação Monte Carlos coloca em risco os três maiores partidos do País, deita raízes em vários estados da Federação, ameaça levantar um véu que sempre teimou e teima em se manter intacto, o véu das empreiteiras, sem exceção, todas quadrilhas.

A CPI do Cachoeira, ao contrário de outras, não recebeu e nem recebe da mídia de mercado o mesmo tratamento de espetáculo, com transmissões diárias e notícias sensacionalistas, ou jornalismo investigativo, embora, à primeira vista, possa parecer que coloca o governo em dificuldades (a mídia é oposição).

O problema é que coloca todos. Governo, seus aliados e oposição.

O jogo de vamos apurar tudo até o fim é de cena. Teatro de especialistas como Álvaro Dias, ou aquele deputado (alguém lembra o nome dele?) do PT que tratou de mandar mensagem tranqüilizando o governador do Rio, Sérgio Cabral, atolado até alma em corrupção ativa, passiva, de qualquer jeito que se possa imaginar.

A morte de Wilton Tapajós tanto pode ser por vingança, logo execução, como ação para impedir novas descobertas. Não importa que o cemitério seja o local onde estão sepultados seus pais, mas local adequado para uma execução de alguém que incomoda.

Não importa de que forma incomode, mas incomoda.

As investigações oficiais - Polícia Civil de Brasília e Polícia Federal - vão ter dificuldades em identificar talvez não os assassinos, mas os mandantes.

Soa como alerta para o imenso poder do crime organizado no Brasil, que permeia o tecido do Estado, tanto através de organizações como o PCC, ou a de Carlos Cachoeira, a da Queiroz Galvão, da Andrade Gutierrez, da Norberto Odebrecht, ou qualquer banco ou grande corporação.

É intrínseco ao capitalismo, falo do crime organizado. Deita ramas pelo poder público nas câmaras municipais, assembléias estaduais, Congresso Nacional, burocracia estatal e no caso de governos tucanos, entre os próprios governantes, é só olhar Marconi Perillo.

Imagine se a Polícia Federal montasse uma operação para investigar o governo Aécio Neves? Ou o período presidencial de FHC? E mesmo o de Lula? O de Serra?

São integrantes do clube de amigos e inimigos cordiais e Wilton Tapajós, em qualquer circunstância que tenha sido executado, claro que foi, terá pago com a vida em função dos interesses dessa gente.

No caso não há que se perguntar pelo mordomo, nem procurar a mulher como nos romances policiais. Basta olhar para Carlos Cachoeira.

Passado o impacto dos primeiro momentos a mídia vai ficar calada. É outra cúmplice ativa desse clube sórdido que comanda o Brasil.
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