OS NARDONI - E O JUDICIÁRIO? EXISTE ISSO? COMPRE UM TELESCÓPIO PARA ENXERGAR CFT

O desembargador Caio Cangussu de Almeida negou o pedido de hábeas corpus impetrado pelos advogados de defesa de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jabobá, respectivamente pai e madrasta da menina Isabela, assassinada em 29 de março de forma brutal e estúpida. O pai e a madrasta são os suspeitos e as provas técnicas apontam a culpa do casal.

O mesmo desembargador, do Tribunal de Justiça de São Paulo, havia relaxado a prisão temporária do casal, decretada pelo juiz Maurício Fossen, logo no início das investigações. A morte da menina, 5 anos, virou o maior show de mídia dos últimos tempos e garantiu a GLOBO uma audiência como faz muito não conseguia. no programa FANTÁSTICO, "o show da vida", no último domingo, dia 11, quando a mãe de Isabela deu uma entrevista falando de sua dor, bateu recordes o que não ocorria desde 2004.

Cerca de 350 mil crianças morrem de fome no mundo por ano, por conta da sonegação de impostos nos países em desenvolvimento, segundo revela o jornalista Carlos Drumond, trazendo a público um estudo da organização inglesa Christian Aid, publicado no jornal THE INDEPENT, de Londres.

Essa sonegação é praticada por ricos e grandes empresas revela o estudo intitulado "Morte e Impostos: o custo verdadeiro da sonegação".

A burla ao pagamento de impostos anda pela casa dos 160 bilhões de dólares por ano e o Banco Mundial estima que entre 40 e 60 bilhões de dólares seriam suficientes para atingir o que chama de "metas do milênio", um programa das Nações Unidas voltado para o combate à fome em crianças no mundo inteiro.

Esses valores foram estimados a partir do ano 2000 e teriam salvo da morte cerca de 6 milhões de crianças (5,6 milhões), quase mil crianças por dia. O dinheiro vai para paraísos fiscais e o volume total de dinheiro irregular, digamos assim, alcançaria 11 trilhões de dólares, entrando aí o chamado crime ilegal (empresa privada de grande porte é crime legalizado). Terrorismo, tráfico de armas e tráfico de drogas, por enquanto, atuam no mercado paralelo. Mas guardam seus dinheiros em instituições financeiras ditas legais, mesmo que elejam presidentes em países como a Colômbia (Álvaro Uribe) e no Peru (Alan Garcia).

A Christian Aid entende que sociedades e contas bancárias abertas por grandes empresas em paraísos fiscais são utilizadas para evitar a taxação, "evadir-se do pagamento de impostos, operar secretamente, burlar regulamentos financeiros e operar práticas monopolistas. Beira-mar, Marcola fazem a mesma coisa.

O jornalista Carlos Drumond que divulgou o estudo no Brasil coordena o curso de jornalismo da FACAMP.

Paulo Maluf é deputado federal. Roberto Stak comandou a operação contra a CPMF a partir de abaixo assinado arrancado de camelôs em São Paulo como se fossem de brasileiros de todos os pontos do País e gastou cerca de um milhão de reais na festa do casamento de sua filha há cerca de um mês mais ou menos. O senador Artur Virgílio, paladino da moral e dos bons costumes foi um dos convidados de honra.

O desembargador Caio Cangussu de Almeida fundamentou sua decisão de manter o casal preso em três pontos: as provas encontradas pela Polícia Técnica, as evidências que o casal alterou a cena do crime e a "grande comoção que o crime gerou em todo o País".

A culpabilidade de Paulo Maluf está provada em todos os sentidos, há evidências claras que o deputado e seus cúmplices alteraram as provas, sumiram com provas e a corrupção acabou criando o verbo "malufar", que significa roubar. Logo...

O Ministério Público Federal denunciou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) 61 acusados de envolvimento com a máfia das obras públicas, desmontada pela Operação Navalha da Polícia Federal. Entre os envolvidos dois governadores, Teotônio Vilela do PSDB e Jackson Lago do PDT, o ex ministro Silas Rondeau do PMDB e os ex-governadores João Alves Filho (Sergipe), do partido DEMocrata e Reinaldo Tavares, do PSB, Maranhão.

Zuleido Veras, dono da empresa Gautama, responsável pelas obras (invisíveis ou incompletas) também foi denunciado.

A denúncia fala em crime de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, fraudes em licitações e crimes contra o sistema financeiro.

Todos os acusados estão soltos.

Na Operação Pasárgada realizado em abril deste ano a Polícia Federal prendeu 16 prefeitos, um juiz, procuradores e funcionários públicos envolvidos no desvio de recursos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), calculado em 200 milhões de reais. Dentre os prefeitos presos o beato Bejani, da cidade mineira de Juiz de Fora, uma das mais importantes do Estado e que para agravar sua situação, tinha em sua posse, em sua casa, uma arma de uso privativo das forças policiais.

Todos estão soltos e no caso do beato Bejani, os desembargadores que concederam o hábeas corpus só faltaram pedir desculpas pelo incômodo da prisão a tão augusta figura no mundo do crime legalizado.

Integram o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, onde tramitam vários processos contra o beato, mas nenhum chega a termo. O beato/prefeito tem o hábito de nomear juízes aposentados para cargos de confiança, aceitar indicações de magistrados para cargos em comissão, inclusive marido de juíza. E de quebra, maridos, mulheres, filhos, primos, noras, genros, etc, de vereadores à Câmara Municipal da cidade. De cinco que compõem uma CPI para apurar a roubalheira, quatro estão no bolso do beato.

É difícil imaginar que o casal Nardoni pudesse, ou possa vir a ser solto tal o requinte de perversidade com que o pai e a madrasta mataram a filha, uma criança de cinco anos de idade. Ou o cinismo com que se apresentam em público quando instados a falar sobre o assunto.

Por outro lado é evidente que ao transformar essa barbaridade em show em busca de audiência televisão brasileira, todas as grandes redes, a mídia de um modo geral, preocupa-se apenas com audiência e manter o processo de alienação imposto a telespectadores, leitores, ouvintes, à medida que vende a idéia que Antônio Ermírio de Moraes, sonegador e chefe de pistoleiros no Espírito Santo, Rio Grande do Sul e São Paulo, traz e gera progresso.

Ou que os arrozeiros de Raposa Serra do Sol estejam "produzindo" e "alimentando" pessoas em terras ocupadas ilegalmente aos índios da região, em Roraima. Pior ainda, que um general a serviço de interesses das empresas e de potência estrangeira esteja dando cobertura a esse tipo de gente.

Basta matar que a Justiça absolve desde que seja latifundiário e mandante de crime contra missionária que defende camponeses e trabalhadores de um modo geral, falo do crime que vitimou Doroty Stang.

Existem 12 mil mortos em várias regiões da China atingida por um terremoto, 18 mil soterrados e os pais de alunos de uma escola protestam contra o governo chinês, pois o primeiro prédio a ruir foi uma escola pública, construída por uma empreiteira particular no comunismo sui generis daquele país.

Morreram todos os alunos.

Não tente nunca roubar um pão, ou um pote de margarina. Com certeza você vai passar pelo menos três anos e meio na cadeia, sem direito a nada, com todos os rigores da lei.

Mas roube cofres públicos (dinheiro da saúde, da educação, de obras em infra estrutura, etc) que você garante seu futuro.

Ou faça como o senador Agripino Maia que nunca fez nada na vida a não ser política, nasceu filho de governador, neto de governador. Tente atingir uma vítima de outra barbárie, a ditadura militar (tortura, choques, assassinatos, seqüestros, todo o repertório nazi-fascista), como o fez no caso da ministra Dilma que você fica impune com todo o botox posto no rosto e que acaba se infiltrando pelo cérebro.

Tome cuidado com o crime que vai cometer, pois mesmo sendo de classe média alta, caso dos Nardoni, se você chocar a opinião pública, nem na cadeia vão querer que você fique. Pelo menos enquanto você estiver proporcionando altos índices de audiência para as redes privadas de televisão e proporcionando "saudável" disputa entre os anunciantes.

Entrevista exclusiva com o casal vale tanto o minuto dos comerciais. Com a mãe da menina, vale outro tanto. E vai por aí afora.

A "sociedade do espetáculo" precisa disso.

A decisão do desembargador Cangussu, embora possa ser revista pela Câmara do Tribunal de Justiça que trata do caso (mais dois desembargadores) e caiba pedido de hábeas corpus ao STJ, nos remete a um raciocínio simples, mesmo que o desembargador não seja a última palavra do Judiciário – por que não prender todo o resto elencado (palavra típica do mundo do Direito) aqui e autores de crimes bárbaros que matam crianças que a tevê não mostra?

"Se você está apavorado com tanta violência, é bom prestar mais atenção: a maior violência não anda armada". A afirmação é de Millôr Fernandes.

É aquela que você vira bola de sinuca e é encaçapada por um Pastinha qualquer, ou às vezes um Pastão, mas acaba um pastel marca Homer Simpson, nessa hipocrisia de cada minuto.

Mate uma Isabela a cada cinco segundos com "progresso" e "sonegação", que nada lhe acontece, mas não proporcione um espetáculo para a tevê com requintes de barbaridade e insanidade, que você ganha os quinze minutos de glória e a condenação geral e absoluta. E ainda assim se você não for filho de ministro, deputado, senador, "coisas" do gênero.

A favor dos Nardoni? Nunca. Da prisão do resto.

Incomoda? Vá ao shopping, está cheio de novidades. Ou contrate um personal trainer para entrar em forma.

Ou compre um telescópio e tente enxergar CFT. Por aí a vida passa com sentido.
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