Espartanos e persas segundo Frank Miller

(300)

Edward Said, o grande intelectual palestino que viveu e ensinou em universidades dos Estados Unidos, escreveu um livro sobre a invenção do Oriente pelo Ocidente. Místicas, supersticiosas, dionisíacas, sensuais, irracionais, atrasadas, bárbaras, déspotas são alguns dos epítetos que o mundo ocidental, desde os gregos, aplica às culturas orientais. Por outro lado, o Ocidente é apolíneo, racional, civilizado, livre, destemido. Estas duas personalidades culturais estão em confronto mais uma vez nos belos quadrinhos de Os 300 de Esparta, desenhados por Frank Miller, que se inspirou no filme do mesmo título dirigido por Rudolph Maté, em 1962. Estão também no filme 300 (idem, EUA, 2007), de Zach Snyder, com roteiro dele próprio mais Kurt Johnstad e Michael Gordon. Trata-se de um roteiro adaptado exatamente com base na história quadrinizada de Frank Miller e Lynn Varley.

Contando com sua experiência em filmes de zumbis, Snyder produz uma película visualmente bonita, mas com todos os estereótipos construídos nos últimos 2500 anos sobre o oriente. São muitos os erros históricos, mas 300 não pretende ser um filme historicamente correto. Não é em Heródoto que ele se baseia, de resto também um ficcionista, e sim em Miller, que o ajudou a passar os quadrinhos para a tela. De um lado, temos 300 espartanos fortes, uniformizados, disciplinados sob o comando do rei Leônidas (Gerard Butler), dispostos a lutar bravamente até a morte para salvar a liberdade. De outro, um grande exército constituído por uma fantástica diversidade de tipos de soldados, entre eles, deformados fisicamente e encapuzados, sob o comando de um Xerxes (Rodrigo Santoro) lascivo envolvido num ambiente de luxúria.

300 é um filme magicamente coreografado, com cores esmaecidas, com movimentos lentos e rápidos alternados, com efeitos especiais espetacularmente trabalhados. A fotografia, a cargo de Larry Fong, é o ponto alto do filme. Aparentemente, estamos diante de uma produção cara e demorada. No entanto, ela custou apenas 60 milhões de dólares e 60 dias de filmagem. Para o espectador atento, está claro que Snyder focaliza o choque dos mundos ocidental e oriental, o que nos remete a um tema em voga na atualidade, bastante explorado por Samuel Huntington, e às guerras dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha contra o "eixo do mal".

 

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