A energia eólica é viável?

Manda o bom senso que as questões importantes em nossa vida sejam planejadas com antecedência e equilíbrio. Entretanto, a questão do suprimento de energia, na qual se alicerça toda a atividade humana, não tem recebido esse tratamento. Há quase 3 séculos, a humanidade vem baseando maciçamente sua dependência de energia em fontes fósseis – inicialmente o carvão mineral, com o advento da Revolução Industrial, e mais tarde com o petróleo e o gás natural. Atualmente, cerca de 80% da energia mundial é fornecida por fontes fósseis, como o petróleo (33%), o carvão (25%) e o gás (21%). As novas usinas hidrelétricas exigem a formação de mega-represas que inundam vastas áreas agricultáveis, deslocam populações e promovem grande impacto sobre a fauna e a flora da região.

Não fosse apenas uma questão de esgotamento dessas fontes, o impacto ambiental e sobre a vida na Terra que contra-indiciam a permanência desta situação e recomendam a migração para fontes de energia renováveis e menos agressivas.

Outro fator que determina ainda hoje o uso de fontes fósseis para geração de energia é o custo. O custo de geração de energia, a partir de fontes renováveis, ainda é superior ao das convencionais. Embora seja uma avaliação míope, este é único valor considerado nas decisões, desprezando-se os custos ambientais e sociais, além de uma visão de médio e longo prazos essencial neste tipo de questão.


É neste cenário que surge como um caminho a energia eólica ou energia dos ventos. Podemos considerá-la como uma manifestação da energia solar, dado que os ventos são causados pelo aquecimento diferenciado da atmosfera. Essa não uniformidade é creditada, dentre outros fatores, à orientação dos raios solares e aos movimentos da Terra.


As regiões tropicais, que recebem os raios solares quase que perpendicularmente, são mais aquecidas do que as regiões polares. Conseqüentemente, o ar quente que se encontra nas baixas altitudes das regiões tropicais e, por ser menos denso, tende a subir, sendo substituído por uma massa de ar mais frio, mais densa, que se desloca das regiões polares. O deslocamento de massas de ar determina a formação dos ventos.


Neste particular o Brasil é mais uma vez privilegiado, por ser um país tropical em cuja superfície incide, quase que inteiramente, radiação solar perpendicular a ela. Esta intensa insolação produz acentuada diferença entre a temperatura do ar sobre o território brasileiro e a temperatura do ar sobre os oceanos e áreas temperadas adjacentes. Deste quadro resulta que temos, no Brasil, áreas de excelente carga de ventos, propícias à geração eólica. As mais importantes áreas do Brasil, do ponto de vista de carga de ventos, são: o litoral do norte-nordeste, desde o Amapá até Pernambuco, o litoral sul, desde o Paraná até o Rio Grande do Sul, o sertão de Minas Gerais e Bahia e a região oeste do Paraná e Santa Catarina.


Já há no Brasil uma potência eólica instalada de cerca de 240 MW, em cerca de 1100 plantas, mormente nos estados do Ceará e Rio Grande do Sul. Países como a Alemanha e Dinamarca, com disponibilidade de ventos muito menores que as nossas, já dispõem de potências instaladas bastante superiores. A China é hoje o país que mais investe em energia eólica e, em breve, ultrapassará os europeus.


Infelizmente, a decisão de privilegiar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento em energia renovável ainda compete aos governos. Nada, porém, mais desconectado do futuro que os governos de países de periferia como o Brasil.

 

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