Os males da queima de combustíveis derivados de petróleo

O ar contaminado e o poluente material particulado são considerados causas ambientais de mortes por câncer – de pulmão - na sua maioria. Em São Paulo morreram 99.084 pessoas entre os anos de 2006-2011 por causa da poluição ambiental.. No Rio de Janeiro ocorreram 36.194 mortes no mesmo período. Isto significa que 62 pessoas por dia morreram nas duas capitais por causas vinculadas à poluição ambiental causada pela combustão de derivados de petróleo.

 Somadas as duas frotas de veículos das maiores capitais brasileiras  –  São Paulo e Rio de Janeiro  –  o total ultrapassa 10 milhões de veículos. A poluição causa doenças no sistema cardiovascular e pulmonar, e embora o Brasil tenha um programa de monitoramento do ar há 25 anos, apenas 1,7% dos municípios mantém estações de monitoramento.

Material particulado é o conjunto de poluentes formado por poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. As principais fontes de emissão de particulado para a atmosfera são: veículos automotores, processos industriais e queima de biomassa dentre outros. O material particulado pode também se formar na atmosfera a partir de gases como dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis, que são emitidos principalmente em atividades de combustão, transformando-se em partículas como resultado de reações químicas no ar.

Fica nítido que a queima de combustíveis derivados de petróleo é um mal para a sociedade. Não se pode incentivar esta atividade nem glorificar quem a executa.

É preciso encarar de frente a realidade: a ação da Petrobrás tem defeitos e traz muitos problemas para a sociedade. A visão da Petrobrás como empresa modelo pura e simplesmente não encontra eco nos fatos.

A defesa da Petrobrás não pode fingir que ignora os dados que retratam o mal que os produtos da empresa torna tão evidentes, embora a Petrobrás não seja a única empresa de petróleo do mundo.

Em lugar de elogiar e incentivar o crescimento da atuação da Petrobrás, grupos conscientes devem demarcar limites para a ação da empresa, ao lado da progressiva redução da participação de empresas de petróleo na geração de energia em âmbito nacional e global.

É fato que nossa sociedade consome energia em excesso. Um dos caminhos para reduzir a agressão provocada pela queima de combustíveis fósseis é tornar as pessoas conscientes deste excesso. Programas de deslocamento que dispensem o uso de veículos movidos a derivados de petróleo devem ser implantados, sempre que viáveis. O desencorajamento de indústrias grandes consumidoras de energia deve ser aumentado, nos moldes em ainda se combate o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas.

Finalmente, mas não menos central, deve-se ampliar a velocidade de desenvolvimento de fontes de energia alternativas e renováveis. Ainda é necessário reduzir o custo da energia eólica, solar, das ondas e outras que ainda vão surgir certamente.