Uma ilusão intelectual

"lo más profundo, es la piel" Paul Valery

Procurando nos símbolos
A gênese primordial
Urde-se até algaravia
Explanando-se a mente cabal

Mas se viaja em círculos
Pois a corrente interpretativa
Se posta em capítulos
Revela-se repetitiva

Único núcleo consistente
Por nada faz atingir
E a mais longa profundidade
Então miúda ruga da superfície

Eu?! Onde?!

"Ofuscante e colossal,
com que rapidez o Sol nascente me mataria
Se eu não pudesse agora e sempre
lançar o Sol de dentro de mim."
(Walt Whitman)


Confusa, assustada, flutuo
No fluxo deste enérgico ar.
O desalento do momento
Enfraquece minhas vértebras.

Sinto os vermes babarem.
De olho gordo,
Entrego as rédeas.
Porém temo o amparo.

Este que já até
Não convence, quase renego.
Dói, com força de touro e garra de tigre.

Minha ferida,
Inflamada no peito...
Invisível, mal-amada, que jeito?

A verdade confessa

Não sei se o que me move é algo de amor por ti
Vim ao mundo sem reservas ou sábios conselhos
Nem sei ao certo se amor seria toda esta estranheza
Que me acomete sem que eu possa reconhecer

Sensações inauditas nisto que palpita e indecifro
Amor... seria uma mentira, uma beleza, uma surpresa?
Do destino o golpe desmedido, gérmen da sorte ou do azar?
Ou dependerá do ponto de vista e de se deixar levar?

Eu não sei amar, mal sei respirar, oh destino
Que esperas desta ingênua inapta criatura
Incapaz de cozinhar, lavar, passar, poderia ela amar?

Não, respostas nunca virão, eis minha danação
Terei, então, de escolher: arrisco pular sem saber
Ou deixo o tédio fazer-me endurecer até o envelhecer?

Fora da Lei

Voando na incerteza do existir
Além da realidade, aquém do advir
Saía do corpo como se tivesse o direito
Subia o morro da solidão, o sujeito

Desdenhava perigos na alta melancolia
Chorando cantos de dor e magia
No céu de estranheza e torpeza
Dizia adeus à Felicidade, com tristeza

Assim terminava o passeio sem corpo
Um corpo inteiro, desconhecido, alheio
Do qual seria escravo até o suspiro derradeiro

Outros corpos interagiam com aquele
E o sujeito, indiferente, assistia a esse teatro
Do lado de dentro, com seu riso sarcástico em seu átrio

Um poema maníaco

Ó meu estado de sã consciência
Peço brechas, largas, tigelas
Depósitos, propósitos, aquarelas
Manchados, Rorschados, pintados

Para expor não gaia ciência
Mas rodeios, lixados, ausência
Qualquer coerência, paciência
Se quer, difícil torna-se

Com assonâncias, saberes latentes
Livres, existentes, indomáveis
Indecifráveis, pretendentes
De único sentido corrente...
...imprudente


arte de Artur Bispo do Rosário

Anseio pungente invade a alma
Falta insigne energiza o sangue
Atormenta um pouco o mistério ao léu
Fomenta tiradas sem alvo certo
Inconsciente, faz o favor de aparecer
Explica o fogo acometido ao espírito
Norteia o antro a vasculhar
Com cuidado para não desencaminhar
Ensina aonde se quer chegar

Tania Montandon
publicidade
publicidade
Crochelandia

Blogs dos Colunistas

-
Ana
Kaye
Rio de Janeiro
-
Andrei
Bastos
Rio de Janeiro - RJ
-
Carolina
Faria
São Paulo - SP
-
Celso
Lungaretti
São Paulo - SP
-
Cristiane
Visentin

Nova Iorque - USA
-
Daniele
Rodrigues

Macaé - RJ
-
Denise
Dalmacchio
Vila Velha - ES
-
Doroty
Dimolitsas
Sena Madureira - AC
-
Eduardo
Ritter

Porto Alegre - RS
.
Elisio
Peixoto

São Caetano do Sul - SP
.
Francisco
Castro

Barueri - SP
.
Jaqueline
Serávia

Rio das Ostras - RJ
.
Jorge
Hori
São Paulo - SP
.
Jorge
Hessen
Brasília - DF
.
José
Milbs
Macaé - RJ
.
Lourdes
Limeira

João Pessoa - PB
.
Luiz Zatar
Tabajara

Niterói - RJ
.
Marcelo
Sguassabia

Campinas - SP
.
Marta
Peres

Minas Gerais
.
Miriam
Zelikowski

São Paulo - SP
.
Monica
Braga

Macaé - RJ
roney
Roney
Moraes

Cachoeiro - ES
roney
Sandra
Almeida

Cacoal - RO
roney
Soninha
Porto

Cruz Alta - RS