No colégio Visconde de Quissamã depois Mathias Netto

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Uma 4a série bem mais rígida. Dona Iracy Pinheiro, como professora, Jocyr Sueiro e Adilson da Barra como colegas, fizemos nossas historias. Era muito longe caminhar da Rua do Meio ate o Colégio Mathias Netto. Assim como certos galhos de árvores, que hoje a gente coloca a mão numa boa, quando criança temos que pular e, ao alcançar, é uma vitória. Assim são as distâncias das ruas das nossas cidades/infancias.
Nesta periferia, perto do Colégio Mathias Netto, morava o professor Souza que era uma figura popular que toda criança adorava brincar. Seria da família de “Zezinho” e “Moscou” que ainda residem moram na mesma casa na Velho Campos? Ou apenas vizinhos? O professor Souza era de uma simpatia extremamente bela que fazia toda infância nativa despertar-se no com olhar de alegria com sua presença leve e pura. Sabia mexer com os neurônios das alegrias infantis.
. De andar molengo, cabeça solta ao vento Sul das tardes macaenses, o nosso “Professor Souza”, junto a “Papão” dos Cajueiros representou uma gama de centena de alegres gestos das infâncias de minha infâncias nas esburcadas ruas de Macaé, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Papão punha a lingua de fóra, quando provocado e Souza fazia gestos trejeiros com as mãos nas abas de suas grandes orelhas. Vultos do popular que toda cidadezinha de interior tem e que mexem com as cabeças das crianças que, mexem com eles e correm vitoriosas...
Logo depois fui para o Ginásio Macaense, onde aí comecei o que chamávamos, de Ccurso de Aadmissão. Em frente ao Ginásio moravam meus primos, os Mathias Nettos. Minha prima Cici era filha de Tia Pequena, irmã de meu avô Mathias Lacerda. Cici tinha 11 filhos e era casada com um belo e simpático caboclo.
José Mathias Netto , dava aulas de Matemática e nas horas de folga era um dos melhores gcoleiros da comunidade. Seus belos voos objetivou seu apelido de Zé Passarinho.
Ao lado da casa dos Mathias Nettos tinha uma fabrica de açucar. Comiamos o carolo de açúcar com suas pedras doces vindas da fábricação. Tudo isso ladeando o cinema Santa Izabelassucar onde morava, ao lado, o pPai de Roberto Bueno de Paula Mussi.
FFazia minhas refeiçõeali com Cici ou na casa de dona Zenita, companheira do primo Pierre Tavares da Silva Ribeiro que sempre tinha um lugar para mais um em sua mesa repleta de crianças e estudantes residentes.
Sentia-me mais a vontade, porque além de Pierre e Angélica, terem morado na casa de meus avós, quando vieram de Conceição para Macaé, eu podia brincar com Nier , as meninas e alguns internos como Rascão e outros. .Dos meninos Rascão era mais o velho. Tinha vindo de São Pedro de Aldeia e jogava muita bola assim como Munir Assef, Gordura, Elso Gaginho, Edvar, Miltonsilles, Guaracy e Valy e Pedro Salles, o “Pedro Mixirica”, vindos das belas e ornamentais serras de Santa Maria Madalena, Quissamã e Trajano de Moraes. “Gaguinho” não conseguia falar mais seu sorriso puro de menino de interior se fazia entender de uma forma que até hoje não sei explicar. Wantuil sempre dizia que ele falava com os olhos e assim a gente o entendia.
Acho que é comum, nos gagos, esta beleza no olhar repuxado para o interior da alma, fazendo brotar a sutileza pura no modo de olhar e fazer-se entendido..
Mas “Gaguinho” era especial. Era nosso macabuense/mcaense
Mais tarde pude rever esta beleza de olhar num colega de SENAI. João Fanhoso transferia para o belo de seu olhar uma voz vindo de seu coração que nos enchia de amor fraterno.Fazia parte de sua alegria que nos contagiava sempre que sua voz nos chegava aos tímpanos. Seu tímido sorriso quando chamado de “Fanhoso” foi alegrando sua alma ao ponto de tornar esta fala a belíssima expressão do companheirismo que até hoje é lembrado por todos que com ele convive e conviveu. Ano passado, soube que João Fanhoso tinha falecido.

II

Os mais velhos como Cláudio Moacyr, Carlos Emir, Odyr Borges, Roberto Bueno, Baeca, Paulo Cabeção, “Bareco”, Nilo Fabiano, Frasào, Pedro Paulo Sá Viana já estavam terminando o ginasial e forneciam os seus conhecimentos sociais e comunitários para os mais jovens. Jogavam suas peladas no campinho do colégio e tinha os menores como seus efusivos torcedores.
Nilo Fabiano, filho de dona Maria e do doutor Faustino Marciano de Castro, ainda não tinha ido para o Rio estudar. Sua casa, na esquina da Silva Jardim com Rua Direita era sempre um local das idas e saídas dos jovens e de suas amizades. Seus irmãos Joaquim, Estelita e Therezinha, sempre em casa, faziam companhia a uma senhora de cabelos branquinhos e suaves que pareciam nuvem ao vento quando nos meses de agosto era vista às janelas.... Depois soube ser a sogra do doutor Faustino. Joaquim está no corpo de Bombeiros, Therezinha se casou com Romulo Lago Leite que foi vereador e presidente do Ipiranga F.C. Estelita se casou com Paulo irmão de Juracy olho de Boi da Rua J Koop. O espalhamento da raça se fez por toda a comunidade.
Sempre haverá peladas de maiores e menores em todas as escolas do mundo. A diferença é que sentimos estas peladas, vimos as traves de pedras e camisetas enroladas servindo de ponteiras marcatórias dos gols.
Era uma pelada vivida, sentida e vista no memorial de cada cabeça. As praças da “Luz”, Veríssimo de Mello, o “Campinho da Cocheira da PMM” na Rua do Meio, o “Campinho do Cemintério” e do “Areal da rua do Poça” era o grande universo habitado por toda criançada dos anos 40 e 50...
A vida nessa fase de 12 anos, foi mais ou menos igual. Amigos como Cleone, Virley, Paulo Herman de Mello Keller, Therezinha sua irmã, Wantuil, Marleninha Costa, Célia de Lauro Marques e sua eterna simpatia, Maria da Penha Abreu , José Carlos “Préa”, Djecila minha irmã, Sérgio Roberto Franco, Helena Marotti. Antônio Luiz da Costa e Maria Aparecida, são nomes harmoniosos que sonorizam com afeto nas memórias que busco encontrar nos fiapos de minha memória de cronista e historiador.
Tínhamos a idade onde o belo começa dar formas sensuais as nossas fantasias.Começam a bailar os desejos, os instintos de menino e menina, somos tocados por momentos afetivos, onde queremos sempre ir ao Colégio, não necessariamente para estudar. O desejo principal é estar ou ver aquela pessoa que nos toca a vontade de iniciar, na timides que romperia anos e anos de silencio, um namoro que nunca haveria de acontecer. Aos 11 ou 12 anos tive meu primeiro flerte contato com este encantado momento de desejo. Ela não sabe ate hoje. tive rubor de falar. Ela se casou. Eu idem. Até hoje nos falamos e ela, nem imagina que povoou meus sonhos infantis com seus lindos e puros olhos verdes, coisa do belo infantil que todos devem ter e eu também tive.

III


Aos 13 anos quando desejei e fui estudar a noite, pois queria ir para o SENAI, estudar e trabalhar, tive com esta minha musa nos jardins que dividiam o pátio que existia entre os dois pavimentos do Ginásio Macaense e lhe disse: “estou com vontade de estudar a noite”, “que você acha”? Ela disse que não devia ir pois tinha uma pessoa amiga dela, uma criança, que tinha feito isso e se arrependido.
Disse que essa pessoa depois que foi estudar a noite nunca mais terminou o cursos. Ficou relaxado. Pela 1a vez senti que algo lindo brotava nos seus verdes olhos de l2 anos e vi que queria que ficasse estudando, até achei que a história era um motivo para eu continuar estudando a tarde e tê-la como companheira.
Mais não tinha jeito, eu já me determinara ir para o SENAI e fui. Queria aprender um ofício e o aprendi de Torneiro Mecânico..
O quintal do Colégio Macaense era cheio de frutas que no tempo certo todos nós comíamos e brincávamos em suas frondosas sombras. O mais famoso das fruteiras era o pé de Jambo Vermelho que a gente comia até as flores.
Numa grande pedra todos se sentavam e usavam das belezas da tranqüilidade que o tempo nos proporcionava. Os pés de mangas ficavam bem mais longe onde os que fumavam iam para esconderijos furtivos.
Do outro lado do pátio havia um campo de futebol que era usado pelos alunos mais velhos. A secretaria ficava bem em frente a rua e dela se podia ver as passagens de pessoas indo e vindo para telefonar pois a telefônicatelefônica ficava na esquina.
Uma tábua entrecortava toda as extensões das janelas que davam para a rua e se podia ver os passos silenciosos das pessoas, que sabedores que ali se ministravam aulas falavam baixo, faziam psiiu, psiu para as crianças em tom de respeito. Era uma época onde o respeito a ministrada educacional brotava nas pessoas de uma forma uníssona.
Quando qualquer aluno fazia algo que merecesse algum castigo era levado a copiar uma frase longa que tinha na entrada do colégio com mais ou menos umas 10 linhas .Ela começava mais ou menos assim.”Aqui se lapida a inteligência, se aprende etc. etc”. Por onde andará aquele quadro de formato angular e moldura preta? Meu amigo Alan Guerra andou procurando este quadro.
De acordo com a falta cometida era determinado a quantidade de cópias. Alguns alunos copiavam 100 vezes, outros 200 e até 1000. Eu já copiei ate 500 vezes daí se ter uma idéia da extensão do delito cometido.
Os dedos ficavam cheios de calos e após o Mourão, Newton ou seu Miguel corrigirem, a gente voltava para as salas. Pedro Mexerica, Rascão, Vali, Wantuil e outros eram fregueses certos destas copiações castigativas. Cláudio Moacyr e Roberto Mussi sabiam de cor a longa frase que aterrorizava a todos. Cleone era um dos mais assíduos freqüentadores da Secretaria. Foi nesta época que Casimiro de Abreu nos mandou para cá o Itamar e Therezinha que estudavam também no ginásio. Itamar pude rever mais tarde quando casou sua filha Tina com o nosso Nato de Sylvio Reis. A casa de Itamar, no centro de Casimiro de Abreu, é uma das poucas no mundo que sempre mantém a mesa posta. Quem chega vai chegando e sempre tem comidas e doces . Itamar, com seu jeito maneiro de mexer com seus cacoetes é uma historia viva. Como ele Bicudo e Roth Jorge fazem parte das recordações da terra do poeta. Toda vez que vou a Casimiro tenho vontade de entrar e dar um abraço no Itamar. Falta tempo.

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