PIMC: a cada novo relatório novas denúncias cada vez mais incontestáveis

Cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (PIMC) enviou um tiro de advertência aos governos neste domingo, 2 de novembro, com o lançamento da síntese de seu quinto relatório sobre as mudanças climáticas. Se o documento - como o nome sugere - não prevê qualquer nova informação sobre três anteriores emitidos a partir de setembro de 2013, ele confirma a gravidade da situação e enfatiza a responsabilidade dos Estados na resposta que ainda é possível de dar para evitar os riscos mais graves do aumento das temperaturas.

"A ciência tem dito. Não há ambiguidade em sua mensagem. Os governos têm que agir. O tempo está contra nós", resumiu Ban Ki-moon, Secretário Geral das Nações Unidas. Sem medidas adicionais para limitar as emissões de gases de efeito estufa, o aquecimento global poderá chegar a 4°C até o final do século, enquanto que os estados por recomendação do PIMC, a partir de 2009, a se engajar em políticas para conter o aumento da temperatura em 2°C.

O trabalho do PIMC fornece a base científica para as negociações internacionais sobre o clima, que estão programadas para serem retomadas no início de dezembro em Lima, capital do Peru, e devem ser concluídas até o final do próximo ano, em Paris, com a assinatura de um acordo global de com a participação de todos os grandes países poluidores. "Este relatório-síntese fornecerá aos decisores políticos um roteiro por meio do qual esperamos que eles encontrem o caminho para um acordo global que deverá conter a mudança climática”, disse Rajendra Pachauri, presidente do PIMC. “Ele nos proporcionará o conhecimento para fazer as escolhas esclarecidas e medir as consequências da falta de ação".

"Não agir será considerado uma falta"

O resumo executivo de quarenta páginas para os formuladores de políticas, escritas em linguagem simples, foi aprovado linha por linha por representantes dos governos presentes em Copenhague. Por isso, ele é também um diagnóstico aprovado no mais alto nível político, a partir do qual os países signatários da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas comprometem-se a agir para "estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que evite sua interferência antropogênica nociva no sistema climático", conforme previsto no texto da Convenção adotada em 1992.

Durante 25 anos, os alertas do PIMC foram, a cada novo relatório, mais precisos e incontestáveis. Em 1990, o PIMC afirmou que o aumento da temperatura era consistente com os modelos climáticos esperados e permanecia dentro de uma ordem de magnitude comparável à variação climática natural. No segundo relatório, em 1995, os cientistas consideraram pouco provável que o aumento das temperaturas ao longo dos últimos cem anos tivesse sido "inteiramente de origem natural".

No terceiro relatório, em 2001, o PIMC destacou a existência de "evidências novas e fortes de que a maior parte do aquecimento nos últimos 50 anos se devia a atividades humanas".  Em 2007, no trabalho com o qual o PIMC foi premiado com o Nobel da Paz o instituto afirmou que havia um consenso científico de uma "de alto grau de confiança" - ou seja, com uma probabilidade maior do que 90% - atribuindo o aquecimento global a causas antropogênicas. "Hoje, o novo relatório do PIMC define este nível de confiança em 95%. Não estaria cometendo um erro no que diz respeito à razão e responsabilidade", lembrou domingo Christiana Figueres, diretora- executiva da Convenção do Clima, responsável, dentre outros temas, por convencer os governos a trabalharem em conjunto para definir uma resposta conjunta e organizada às mudanças climáticas.

"Evitar as mais graves consequências das mudanças climáticas"

No entanto, o PIMC não se contenta apenas em mostrar aos governantes a sua cegueira. Ele lhes reafirma que ainda há tempo para agir. "As soluções estão em nossas mãos. Importantes progressos já foram feitos em energia renovável. Temos tempo suficiente para evitar as mais graves consequências das alterações climáticas", encoraja Rajendra Pachauri.

Em Lima, dentro de um mês, será hora de ver se os negociadores ouviram este novo apelo à razão feito pelo PIMC. Este prazo será, a rigor, decisivo para preparar o acordo de Paris. Será neste país da América do Sul, onde o derretimento das geleiras andinas já é uma realidade muito concreta do que as mudanças climáticas podem fazer que serão adotadas partes do compromisso que irá envolver os 195 países signatários da Convenção do Clima.

Se este passo for dado, será ainda possível encontrar o justo equilíbrio entre os esforços uns dos outros - velhos países industrializados e potências econômicas emergentes – o que irão fazer para orientar o seu desenvolvimento para a economia de baixo carbono e para ajudar os países mais vulneráveis adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas. Um ano não é muito para chegar até lá.

Traduzido por: Argemiro Pertence


GIEC : à chaque nouveau rapport, des mises en garde plus incontestables

Le Monde.fr | 02.11.2014 

Par Laurence Caramel
Les cientifiques du Groupe d'experts intergouvernemental sur l'évolution duclimat (GIEC) ont envoyé un nouveau coup de semonce aux gouvernements, dimanche 2 novembre, avec la publication de la synthèse de leur cinquième rapport sur le changement climatique. Si le document – comme son nom l'indique – n'apporte pas d'éléments nouveaux par rapport aux trois volets publiés depuis septembre 2013, il confirme la gravité de la situation et souligne la responsabilité des Etats dans la réponse qu'il est encore temps d'apporter pourécarter les risques les plus sévères liés à l'élévation des températures.
« La science a parlé. Il n'y a aucune ambiguïté sur son message. Les gouvernements doivent agir. Le temps joue contre nous », a résumé Ban Ki-moon, le secrétaire général des Nations unies. Sans mesures supplémentaires pourlimiter les émissions de gaz à effet de serre, le réchauffement pourrait atteindre4 °C d'ici à la fin du siècle, alors que les Etats, sur les recommandations du GIEC, se sont en 2009 engagés à mettre en place des politiques qui permettent decontenir la hausse des températures à 2 °C.

Le travail du GIEC établit le socle scientifique des négociations internationales sur le climat, qui doivent reprendre au début de décembre à Lima, la capitale du Pérou, et devraient aboutir en fin d'année prochaine à Paris à la signature d'un accord mondial engageant pour la première tous les grands pays pollueurs. « Ce rapport de synthèse fournit aux décideurs une feuille de route à partir de laquelle nous espérons qu'ils trouveront le chemin vers un accord global qui permette decontenir le changement climatique, a déclaré Rajendra Pachauri, le président du GIEC. Il nous fournit les connaissances qui permettent de faire des choix éclairés et de mesurer les conséquences de l'inaction. »

« NE PAS AGIR SERAIT COMMETTRE UNE FAUTE»

Le résumé pour les décideurs rédigé en quarante pages dans un langage accessible a été approuvé ligne par ligne par les représentants des gouvernements présents à Copenhague. Il constitue donc aussi un diagnostic entériné au plus haut niveau politique, à partir duquel les pays signataires de la Convention des Nations unies sur le changement climatique s'engagent à agirpour « stabiliser les concentrations de gaz à effet de serre dans l'atmosphère à un niveau qui empêche toute perturbation anthropique dangereuse du système climatique », comme le prévoit le texte de la convention adoptée en 1992.

Depuis vingt-cinq ans, les mises en garde du GIEC se font à chaque nouveau rapport plus précises et plus incontestables. En 1990, le GIEC indiquait que l'augmentation des températures était conforme avec ce que prévoyait les modèles climatiques et restait comprise dans un ordre de grandeur comparable à la variation naturelle du climat. Dans le deuxième rapport en 1995, les scientifiques jugeaient peu probable que la hausse des températures au cours des cent dernières années soit « entièrement d'origine naturelle».

Dans le troisième, en 2001, ils soulignaient l'existence de « preuves nouvelles et robustes indiquant que l'essentiel du réchauffement des cinquante dernières années était attribuable aux activités humaines ». En 2007, le travail pour lequel le GIEC s'est vu décerner le Nobel de la paix affirmait qu'il existait un consensus scientifique d'un « très haut degré de confiance » – c'est-à-dire avec une probabilité supérieure à 90 % – attribuant le réchauffement climatique à des causes anthropiques. « Aujourd'hui, le nouveau rapport du GIEC fixe ce niveau de certitude à 95 %. Ne pas agir serait commettre une faute au regard de la raison et de notre responsabilité », a rappelé dimanche Christiana Figueres, la directrice exécutive de la convention climat chargée, entre autres, de convaincre les gouvernements de collaborer entre eux pour définir une riposte commune face au changement climatique.

« ÉVITER LES CONSÉQUENCES LES PLUS SÉRIEUSES DU CHANGEMENT CLIMATIQUE »

Toutefois, le GIEC ne se contente pas seulement d'accabler les gouvernants pour leur aveuglement. Il leur rappelle qu'il est encore temps d'agir. « Les solutions sont entre nos mains. Des progrès énormes ont été réalisés en matière d'énergies renouvelables. Il nous reste assez de temps pour éviter les conséquences les plus sérieuses du changement climatique », encourage Rajendra Pachauri.

A Lima, dans un mois, il sera temps de voir si les négociateurs ont entendu ce nouvel appel à la raison émanant du GIEC. Cette échéance est en effet déterminante pour préparer l'accord de Paris. C'est dans ce petit pays d'Amérique du Sud où la fonte des glaciers andins donne déjà une réalité très concrète au changement climatique qu'il est prévu que soit adopté le cadre du compromis sur lequel devront s'engager les 195 pays signataires de la convention climat.

Si cette étape est franchie, il faudra encore trouver le juste équilibre entre les efforts que les uns et les autres – vieux pays industrialisés et nouvelles puissances économiques émergentes – devront accomplir pour orienter leur développement vers des économies décarbonées et aider les pays les plus vulnérables à s'adapter aux conséquences du changement climatique. Un an ne sera pas de trop pour y parvenir.

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