Marcel reforça sua posição com relação ao porto

Vereador destaca seu posicionamento contrário, justificando que Macaé não pode cometer os erros de décadas andando na contramão da sustentabilidade e prioridade social

Na sessão ordinária desta terça-feira, 15, na Câmara de Macaé, o vereador Marcel Silvano voltou a levantar a sua preocupação com a questão da instalação do novo Terminal Portuário em Macaé - TERPOR. Mai uma vez, o parlamentar reforçou que é contra a instalação do empreendimento diante dos impactos negativos sociais e ambientais numa área sensível ambientalmente e sem qualquer política pública que garanta sustentabilidade e qualidade de vida para os moradores do entorno.
Na semana passada, o petista conseguiu em plenário, que seu requerimento para que seja feita a Consulta Pública sobre o TERPOR fosse aprovado. E nessa sessão, durante a discussão da pauta sobre qualificação profissional no município, o vereador aproveitou o ensejo para pontuar uma cobrança com relação ao tema, principalmente neste momento em que a população e movimentos vão às ruas e às redes sociais para opinar sobre o empreendimento. .
“Acho importante à pauta de qualificação profissional, principalmente num momento que a população está apreensiva vendo toda a discussão sobre a instalação do porto. O que me preocupa é se o porto vai trazer vagas para as pessoas daqui. Já se tornou senso comum que Macaé existe emprego, mas não há pessoas qualificadas. Temos que qualificar nossa juventude que está mercê de toda a ausência de políticas públicas e refém da criminalidade, sem poder entrar no mercado de trabalho. Muito se dá, porque historicamente ouvimos dizer que não se prioriza os macaenses no mercado de trabalho”, destacou Marcel.
A crítica do vereador é baseada na realidade do município, a exemplo de outros momentos históricos na cidade, como a chegada da Petrobras, quando o Poder Público não preparou o município para atender a demanda do mercado de trabalho, ocasionando na contratação de mão de obra de fora e atraindo migrantes para uma cidade que não obtinha infraestrutura necessária para o crescimento da população, gerando em diversos impactos negativos que percorrem até os dias de hoje.
Marcel ainda lembrou que não é comum a inserção dos “macaenses” nas empresas do ramo, portanto, não havendo garantia de priorização nesse sentido para o porto.  “Parece-me que não há ainda essa garantia, como algumas notícias dizem”, ressaltou.
Além da questão do mercado de trabalho, Marcel se preocupa com as necessidades básicas na região e no entorno de onde poderá ser instalado o novo porto. Na ocasião, o parlamentar destacou uma matéria de um jornal local, publicada este fim de semana, onde o próprio veículo retrata os dois lados da moeda. Em uma página, uma coluna onde o autor defende a importância do empreendimento e que a Câmara estaria andando na contramão do desenvolvimento indo contra o empreendimento. Já mais à frente, uma página inteira dedicada ao São José do Barreto, que é um dos bairros que mais sofre com falta de infraestrutura na cidade e escolhido para receber o porto.
Diante dessa realidade, o vereador foi enfático sobre seu posicionamento, esclarecendo o motivo de ser contra a instalação do TERPOR. “Enquanto as pessoas não tiverem dignidade pra viver naqueles espaços, não tiverem saneamento básico, água, qualidade de vida, que é o grande debate, não serei favorável ao porto. É uma ilha de desenvolvimento no meio de um bolsão de subdesenvolvimento. Reafirmo que esse porto vai trazer para Macaé mazelas e contradições mais sérias e mais graves. Na Imbetiba, na época da instalação do porto na Petrobras, havia pessoas mais abastadas. Mas agora, esse empreendimento se insere num lugar de abandono, pobreza, esquecido pelo poder público. Trago essa reflexão”, declarou Marcel.

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