A mudança climática teria contribuído para a queda do Imperio Romano?

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Há muito, os homens tem atribuído a ascensão e queda de impérios à vontade dos deuses. Mas, na realidade, talvez eles deveriam ter culpado a variabilidade climática. Isso é o que pretende a provar um estudo realizado a partir da análise dos anéis de crescimento das árvores, que demostram que os verões mais brandos podem ter sido a chave para a ascensão do Império Romano, enquanto que as secas prolongadas, as ondas de frio e outras mudanças climáticas tem desempenhado um papel nas mudanças históricas, sejam as invasões bárbaras que aceleraram o colapso de Roma e mesmo a Peste Negra que dizimou grande parte da Europa medieval.

O estudo, publicado na revista Science, é baseado em cerca de 9.000 amostras de madeira, coletadas ao longo dos últimos 30 anos por arqueólogos que analisam os anéis de crescimento das árvores, para determinar a idade de sítios antigos, uma técnica conhecida conhecido como dendrocronologia. Os pesquisadores usaram esse método para reconstituir as mudanças climáticas. Eles compararam assim os dados meteorológicos dos últimos 200 anos, com amostras de árvores vivas, para mostrar como a temperatura e a umidade afetaram os anéis de crescimento. Eles então analisam a madeira de carvalhos, pinheiros, os edifícios históricos e sítios arqueológicos, coletando assim dados sobre a evolução do clima na Europa durante 2500 anos.

Ao final do processo, os pesquisadores apresentam uma correlação entre eventos históricos e a evolução climática. Assim, durante os períodos de estabilidade social e prosperidade, como durante a ascensão do Império Romano, entre 300 AC e 200 DC, a Europa viveu verões quentes e bastante úmidos, ideais para a agricultura. Condições climáticas semelhantes acompanharam o pico da Europa medieval, entre os séculos XI e XIII.

Por outro lado, os períodos de instabilidade climática correspondem a períodos conturbados no plano político. As mudanças climáticas que afetam a produção agrícola, em particular, são fatores que "impulsionam as crises políticas, econômicas e sociais", considera o estudo.

No século de nossa era, por exemplo, secas prolongadas foram contemporâneas das invasões bárbaras e da agitação política que levou à queda do Imperio Romano. Por volta de 1300, uma onda de frio combinado com verões mais úmidos coincidiu também com a fome generalizada e a com praga que dizimou quase metade da população da Europa em 1347. Mais tarde, as temperaturas muito baixas, no início dos séculos XVII e XIX, acompanhou a Guerra dos Trinta Anos e as imigrações europeias para a América.

"Ao examinar os últimos 2500 mil anos, encontramos exemplos onde a mudança climática afetou a história da humanidade, garante o principal autor do estudo, Ulf Büntgen, paleoclimatologista do Instituto Federal de Pesquisas sobre as Florestas, Neve e Paisagem, de Zurique. Esta conclusão não se aplica apenas às sociedades agrárias do passado: ela também poderia ter um impacto sobre nossa sociedade moderna ".

Se as sociedades de hoje parecem ser menos vulneráveis, elas não estão, apesar de tudo, "certamente imunizadas" contra as mudanças climáticas, especialmente porque a migração "não será uma opção em um mundo cada vez mais populoso", dizem os pesquisadores. O estudo conclui que essas descobertas "poderiam por em questão a hesitação atual e a política fiscal" destinada a frear a mudança climática acelerada neste século XXI.

Tradução: Argemiro Pertence

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