Novo erro. E agora como fica?

Não há mais palavras para expressarmos o atual cenário de insegurança no Rio. Pior ainda é assistir às forças armadas mais uma vez se debandando, deixando a Rocinha e seus moradores à mercê da própria sorte. Uma medida equivocada e na direção contrária do que o Rio precisa, ou seja, a ampliação do apoio não só na comunidade como em outros vários pontos da cidade.

Há anos sinalizamos que a sociedade clama por soluções na área de segurança pública, mas, agora, a situação é ainda pior, pois quem mora nas comunidades pede socorro. Depois dos recentes episódios na Rocinha ficou ainda mais claro o drama do povo. Como se não bastassem os tiroteios, os abusos dos traficantes são constantes e o clima de tensão reina em todas as comunidades dominadas pelas fações criminosas. Ainda falando da Rocinha, na ocasião chegaram ao conhecimento da opinião pública pedidos de ajuda referente a um depósito de gás clandestino que cobra R$ 92 pelo botijão, deixando evidente a indignação dos cidadãos. O chefe de família, além de ser, como todo brasileiro, massacrado pelos impostos, ainda se vê obrigado a consumir em estabelecimentos determinados pela bandidagem.

Há todo um movimento por parte da polícia para estimular a população a denunciar não só as situações que passam, mas também o paradeiro dos criminosos. Pouco a pouco isso vem surtindo efeito. Segundo o Disque Denúncia, até semana passada foram mais de 300 ligações informando que traficantes estavam na comunidade. Durante a operação, a polícia distribuiu panfletos incentivando a todos a não se calarem mais.

Mas se de um lado isso é positivo, de outro, ao retirar o exército, a sensação que fica é de abandono. O que é inadmissível. Ao saber pela imprensa que houveram inúmeras ligações denunciando os traficantes em fuga, qual será a possível retaliação desses narcoguerrilheiros? E a integridade física dos moradores? Se o caminho é unir forças para frear o narcotráfico, o governo federal não pode agir dessa forma, ficando uma semana no Lins, outra na Rocinha, entre outros lugares, mas depois partindo. O poder constituído não pode se render a um comando paralelo que vem aterrorizando a cidade e, junto com a sociedade civil como um todo, precisa reagir e vencer a marginalidade. Quem recuou não foram os bandidos, mas as Forças as Armadas. O que fortifica o inimigo, pois estamos numa guerra e não podemos fingir que isso não é real.

Definitivamente, o apoio do governo federal não deve se limitar a incursões pontuais, mas sim estabelecer uma estratégia mais ampla para reverter o quadro, encurralando os criminosos e o comércio de drogas e armas. Nem que seja preciso alterar a legislação, como a Lei de Execução Penal, mudanças na gestão pública com maior obrigatoriedade no investimento do aparelho policial, entre outras medidas. Algumas ações emergenciais precisam acontecer. A recente isenção do ICMS na compra de armas por agentes de segurança aprovada na Alerj é um movimento, mas é preciso muito mais. Se o tráfico promove a guerra no Rio, todos nós devemos declarar guerra a ele também.

Advogado criminalista*

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