Profissão suicida

Desde criança a maioria das pessoas sonha com certas profissões, como jogador de futebol, médico, policial etc. E assim, como milhões de brasileiros, foi a minha trajetória. Antes de me tornar advogado fui policial militar. No entanto, a realidade mudou. Hoje, no Brasil, sonhar em ser policial é algo para poucos determinados, ou seja, alguém com perfil de herói ou suicida. 
Afinal, se de um lado há um sonho ou uma vocação a ser respeitada, por outro a realidade é cruel. Com todos os desafios que enfrenta, o policial não tem o merecido reconhecimento da sociedade. Sobretudo no Rio, onde fica na linha de frente, enfrentando membros de facções da mais alta periculosidade.
Não é por acaso que vários especialistas em segurança reconhecem que a polícia do Rio é uma das que mais mata e morre. Aliás, recentemente muitos policiais têm sido alvo dos bandidos, sendo assassinados violentamente. Segundo dados do 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Estado do Rio é o primeiro em mortes em confronto com policiais e em mortes de agentes de segurança.
O mesmo estudo demonstra que, em 2013, foram cerca de 500 policiais mortos, o que significa aumento em torno de 10% em relação ao ano anterior. Nesse contexto, o Rio lidera, com mais de 100 policiais assassinados, contra 90 de São Paulo (que não fica muito atrás, embora seja muito maior geograficamente) e o Pará, com 51. A média no país é de 1,34 policial morto por dia e nos últimos cinco anos foram 1.170 policiais. Outro fato relevante é que 75,3% dos assassinatos de policiais aconteceram quando eles estavam de folga.
Enfim, fala-se muito da violência da polícia, alegando despreparo. As entidades de direitos humanos vivem a postos para denunciar e flagrar qualquer irregularidade dos agentes. No entanto nada fazem com esses números absurdos, esquecendo-se de que por trás da farda há um chefe de família, um ser humano. 
Definitivamente, ser policial no Brasil, especialmente nas grandes capitais e mais ainda no Rio, é uma tarefa árdua, digna daqueles que reconhecem sua vocação ou buscam contribuir para uma sociedade melhor. Fora isso, são kamikazes ou suicidas, pois a violência e o risco que correm são inquestionáveis. 

*Advogado Criminalista

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