Na prolífica correspondência trocada entre o poeta de Itabira e o intelectual Ribeiro Couto, resgatam-se elementos inéditos da literatura nacional

O exame de cartas trocadas entre grandes personalidades é sempre uma boa oportunidade para se deparar com facetas mais afastadas do grande público. E quando os correspondentes são figuras expoentes da literatura nacional, o deleite é certo. E Carlos Drummond de Andrade e Ribeiro Couto: Correspondência, lançamento da Imprensa Oficial e Editora Unesp, não foge a essa característica.

Ao resgatar as cartas trocadas por Drummond e Ribeiro Couto ao longo de quase quatro décadas, a obra permite ao leitor conhecer o então jovem poeta de Itabira – tinha pouco mais de 22 anos – quando Ribeiro Couto lhe escreveu pela primeira vez. Sim, o autor mais velho e já com dois livros publicados escreveu ao mais jovem, então editor de A Revista, publicação da mesma linha difusora da produção literária que foi a Klaxon para os paulistas e Estética no caso carioca.                      

“Ao lado das cartas de Mário de Andrade e de Manuel Bandeira, essa correspondência faz parte de uma tríade epistolar que ajuda a compreender a iniciação de Drummond no caminho das letras”, anota o organizador do livro, o jornalista e doutor em Literatura Brasileira, Marcelo Bortoloti. “Esta correspondência é importante não apenas por desvendar aspectos da formação do jovem Drummond, mas também por resgatar a importância esquecida de Ribeiro Couto no cenário literário brasileiro. ”                      

A correspondência foi quase toda integralmente preservada de um lado e de outro. No acervo de Ribeiro Couto constam dezenove poemas de Drummond, dos quais três nunca publicados pelo autor e dez inéditos em livro.

“Couto foi sobretudo um grande escritor de cartas”, pontua Bortoloti. “Suas missivas têm um estilo delicioso, que Drummond procurou acompanhar com a mesma verve. Esse zelo epistolar de parte a parte torna o diálogo dos dois um tanto saboroso, fazendo desta correspondência uma leitura atrativa tanto ao pesquisador de literatura quanto aos leitores de interesse diverso”.

Desde 1998 a Editora Unesp e a Imprensa Oficial publicam livros em parceria. São mais de 60 títulos em coedição, impressos no parque gráfico da Imprensa Oficial. Obras como Monteiro lobato, livro a livro: obra infantil (1º lugar na Categoria Teoria/Crítica Literária e Livro do Ano de Não-Ficção do 51º Prêmio Jabuti), A forma da cidade de origem portuguesa, O coração da Pauliceia ainda bate (Menção honrosa na Categoria Linguística, Letras e Artes do 4º Prêmio ABEU), Dicionário de segurança e defesa, e mais recentemente, Imperador cidadão e Deveres e deleites, entrevista com Tzvetan Todorov. Todos os títulos estão à venda nas Livrarias Unesp e da Imprensa Oficial (Praça da Sé, 108 - Sé, SP | R. XV de Novembro, 318 - Centro, SP), além das principais livrarias de todo país.
 
SOBRE OS AUTORES

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1902-1987) foi poeta, contista e cronista. Suas dezenas de obras, marcadamente em verso, mas também em prosa, o situam entre os maiores nomes da literatura brasileira de todos os tempos.

RUI RIBEIRO COUTO (1898-1963) foi poeta, romancista, contista e ensaísta, foi também um grande divulgador das literaturas brasileira e portuguesa no exterior. Em 2016, a Editora Unesp publicou sua correspondência com Adolfo Casais Monteiro.

SERVIÇO

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CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE E RIBEIRO COUTO: CORRESPONDÊNCIA

Carlos Drummond de Andrade e Rui Ribeiro Couto [autores]
Marcelo Bortoloti [org.]
COEDIÇÃO IMPRENSA OFICIAL / EDITORA UNESP
PÁGINAS | 287
FORMATO | 14 x 21 cm
PREÇO | R$ 42,00

A Via Leitura, do Grupo Editorial Edipro, reeditou a obra Mulherzinhas, de Louisa May Alcott. E, além de se atentarem aos detalhes como capa e tradução, a equipe editorial se inspirou no crescente movimento feminista que, certamente, vai se identificar com a obra.

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E para convencê-las, – além do argumento que a leitura do livro pode prepará-las para a chegada do filme que estreia ainda esse ano, com Emma Watson e Meryl Streep – separamos uma lista de motivos para uma feminista ler essa narrativa surpreendente e empoderadora.

1 Sintam-se em casa: a representatividade embutida na obra é delicada e concisa. As mulheres podem se inspirar, se identificar e aproveitar cada minuto da leitura para encontrar formas de crescer como figura feminina.

2 Sem patriarcas: as mulheres não tinham um patriarca e precisavam viver por si mesmas; se encontravam em meio a uma guerra e fazerem de tudo para manterem-se unidas, alimentadas, saudáveis e, principalmente, vivas.

3 Caráter:a cada página são provas e mais provas de um bom comportamento psicológico, quebrando aqueles paradigmas de que a mulher é falsa e oportunista.

4 Dedicação: um exemplo da dedicação de mulheres por mulheres. O verdadeiro significado daquela coisa de ser maravilhosa uma com a outra: a sororidade. As irmãs se ajudam, se importam, se entendem e são de fato unidas.

5 Muitas personalidades:são quatro irmãs, cada uma diferente da outra, porém com a mesma empatia. A feminista de plantão poderá se identificar em uma delas ou mesmo em todas. É possível enxergar, em cada uma delas, um pouquinho do que cada mulher é.

6 O fardo: é visível o que todas as mulheres carregam na sociedade, o preconceito, a misoginia, os perigos em relação ao corpo, entre muitos outros casos. Esse estigma da mulher é muito bem retratado na obra.

7 Sem príncipe encantado: a autora mostrou as relações entre os meninos e as personagens quando elas ainda eram crianças, e colocou a interação de forma natural e sem disparidade de gênero. Ainda, na obra não existe o homem no cavalo branco que vai salvá-las. São elas por elas mesmas.

8 Ele não nos destrói: “Sem tempo, irmã”, para os homens... A lá Marília Mendonça, um homem não pode estragar um relacionamento de uma mulher com outra. E a trama tem um caso que era para ser um triângulo amoroso, mas as irmãs foram maiores que isso.

Como ávida leitora e expectadora de todas as artes que abordam distopias, falo com propriedade, esse gênero faz as pessoas refletirem sobre diversos aspectos da sociedade. São muitas lições aprendidas e que podem ser interiorizadas para o crescimento pessoal e, principalmente, que afeta as atitudes em grupo.

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Separei algumas histórias distópicas e a mensagem que elas passam. Geralmente, são importantes alertas para ficarmos ligados e evitarmos o descontrole em massa das pessoas, um possível apocalipse social.

- Pai da distopia, George Orwell, com a obra 1984, faz uma perfeita alusão ao que passamos atualmente. Sim, não adianta negar, somos controlados pela tecnologia. Dificilmente hoje em dia alguém consegue dar um passo sem ser visto. O autor já avisava a sociedade lá em 1949 que a tecnologia poderia contribuir com governos totalitários e ações de controle de sociedade.

- A tecnologia se mostra cada vez mais como um motivo de apreensão para o caos social. Isso fica bastante claro em Black Mirror. As pessoas se desesperam, entram em colapso e, muitas vezes, não tem habilidade para lidar com tanta facilidade e exposição. Como é mostrado na série, as relações com as máquinas devem ser bastante cuidadosas, pois realmente, de uma forma ou de outra, elas controlarão o mundo.

- O Conto da Aia, de Margaret Atwood, representa um medo atual na sociedade, voltar ao “estado do clero”. Voltar à caça às bruxas. Imagine uma sociedade controlada por uma religião conservadora? A obra retrata a mulher como instrumento do governo ou de seus chefes de família, ou trabalha ou reproduz. Essa história mostra o perigo da religião não ser defendida como uma questão pessoal e interior, e caracterizá-la como um medidor de caráter.

- O povo que não lê, que não se informa, que não tem cultura, é um povo altamente influenciável. Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, é exatamente sobre isso. Os livros foram proibidos e a informação é selecionada pelo governo. Esse é um alerta sobre ter apenas uma “curadoria” para artes, ou menos proibições, até daquilo que você acredita não ser cultura. Não importa. A cultura é de cada um e deve ser livre.

- Os recursos estão acabando, a alta sociedade está cada vez mais preocupada com a situação do meio ambiente e quer se precaver. Isso pode resultar em Jogos Vorazes, Suzanne Collins. Uma parcela da sociedade tem o direito de viver bem, o restante será submundo. Uma realidade totalmente possível e mostra que já estamos atrasados na preservação dos recursos, e o fim não será outro. E para abrasileirar esse tópico, a série 3% está colocando essa realidade em pauta também.

Caos, o apocalipse social parece cada vez mais eminente. Não vemos muitas saídas para o rumo que a sociedade está tomando. Cada vez mais vejo em cada canto do mundo um pouco das obras ameaçadoramente distópica.

Que a gente encontre nossa tribo, nosso lugar para lutar e chamar de lar. 


Sobre a autora: Com cinco anos já era uma ávida leitora, aos treze iniciava uma jornada cercada de magia junto aos seus personagens e atualmente, com dezoito anos, já publicou cinco livros e embarca na forte emoção de acompanhar o filme baseado em seus dois best-sellers, O Garoto do Cachecol Vermelho e A Garota das Sapatilhas Brancas. Targaryen, potterhead, narniana, semideusa e tributo, Ana Beatriz Brandão vive intensas aventuras todos os dias e celebra suas publicações, desde a mais recente obra Sob a Luz da Escuridão, até aquela que pela primeira vez cativou o público, Sombra de um Anjo. Não esquece as emoções vivenciadas em Caçadores de Almas que também tem um valor inestimável à jovem escritora. Seu maior sonho é poder continuar contando suas histórias para todos aqueles que, assim como ela, acreditam que os livros são a melhor forma de tocar o coração das pessoas e mudar suas vidas.

A autora de 'Orgulho e Preconceito', 'Razão e Sentimento' e 'Emma' segue em alta com histórias emblemáticas mesmo após dois séculos de publicação

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No dia 18 de julho, a escritora inglesa, Jane Austen, famosa pelos seus poucos, mas implacáveis romances do século XIX, completa 202 anos de falecimento. O Grupo Editorial Edipro, pela ‘ViaLeitura’, em sua coleção de “Clássicos da literatura universal” desenvolve uma edição de capa dura da obra ‘Persuasão’ digna de colecionador. Além de contar com uma tipografia agradável aos olhos do leitor, se torna ainda mais completa pela composição de notas biográficas sobre a trajetória da autora.

A narrativa acompanha a trajetória de autoconhecimento da personagem Anne Elliot que se percebe forçada a conviver com um amor antigo cultivado no passado, o encantador Frederick Wentworth. A classe social do casal é o que faz afastar o romance, enquanto Anne é de uma família influente – e falida –, o jovem está longe desta realidade; por isso, ela é influenciada a romper o casamento. Entretanto, após oito anos separados, Wentworth retorna à cidade com um título da marinha, muito dinheiro e um objetivo apenas: casamento.

Escrita em 1818, após ‘A abadia de Northanger’ (outra grande obra da autora), Persuasão é um dos romances mais aclamados até hoje por conta do viés feminista que Austen apresenta. Assim como em ‘Orgulho e Preconceito’, a nossa personagem principal, Anne, conta com características de personalidade forte, contradizendo aspectos engendrados na época. A jovem deixou fortuna e aparência em segundo plano para se concentrar em descobrir aspectos mais profundos nas suas relações.

Em sua quarta adaptação para o cinema, com a primeira feita em 1960 e a mais recente em 2007, estrelado pela atriz Sally Cecilia Hawkins conhecida pelo filme ‘A forma da água’ ganhador do Oscar de Melhor Filme em 2018. A obra segue encantando públicos de todas as idades que se apaixonam não apenas pelas personagens, mas com os conflitos clássicos e memoráveis da autora que inspirou e segue a inspirar o universo literário.

Sobre o livro

Último romance escrito por Jane Austen, Persuasão acompanha a jornada de autoconhecimento e redenção de Anne Elliot. Uma das obras mais célebres da autora ganha agora uma edição para colecionador em capa dura. A senhorita Elliot, filha de um importante — porém falido — baronete, de repente se vê obrigada a conviver com um amor do passado. Anos antes, Anne aceitara se casar com Frederick Wentworth; contudo, pelo fato de ele não ser rico nem influente, ela foi persuadida pela família e por uma grande amiga a romper o noivado. Agora, Wentworth retorna à cidade com um título de oficial da marinha, bastante dinheiro e o objetivo de se casar. Com o coração pesado de arrependimento, Anne terá de vê-lo cortejar outras moças, ou será que ainda há esperança de eles viverem um grande amor? Publicada postumamente, em 1818, a história da senhorita Anne Elliot e do capitão Wentworth conquista leitores desde então e ampliou o legado literário de uma das maiores autoras da literatura mundial.

Ficha técnica

Editora: Via Leitura
Assunto: Literatura
Preço: R$ 53,90
ISBN: 9788567097640
Edição: 1ª edição, 2019
Tamanho: 14x21cm
Número de páginas: 224

Sobre a autora

Jane Austen (1775-1817) tornou-se uma das mais reconhecidas escritoras inglesas em toda a História. Nascida na nobreza rural do século XVIII, representou a realidade de sua classe social em todas as suas obras, concentrando-se no papel da mulher. A sétima filha de uma família de ávidos leitores escreveu seus primeiros textos para o divertimento doméstico, até a publicação de seu primeiro livro, em 1810. Apesar de o casamento ser um tema frequente em suas obras, Austen morreu sem nunca ter se casado, aos 41 anos, em Winchester. Suas últimas palavras foram “não quero nada mais que a morte”.

Novo livro de contos do autor é retrato irreverente e divertido dos conflitos com as mulheres

Com uma habilidade incomparável para descrever as nuances do universo feminino e humor suficiente para enxergar o quanto os homens podem ser ridículos, o escritor Marcelo Rubens Paiva reúne em - O Homem Ridículo - novos contos e crônicas reescritas, à luz da recente onda feminista. 

Fã de Euclides da Cunha e Dalton Trevisan, Marcelo segue seus mestres literários e, como eles, reescreve suas obras antigas ao reeditá-las – corta, enxuga, acrescenta. Assim, um volume sobre as verdades que as mulheres não dizem se transformou em outro livro, com contos novos, narradores trocados e novas situações dramáticas.

Os contos e crônicas deste livro contam histórias que o autor viveu e reinventou, ouviu dos amigos e acompanhou de perto. Boêmio assumido, caçula numa família de quatro irmãs, adora escutar as mulheres e admite que o homem perde espaço para a persistência sofisticada e a inteligência das mulheres.

Em O Homem Ridículo, Marcelo Rubens Paiva nos ajuda a refletir sobre os sucessos e fracassos das relações amorosas, sobre as dificuldades de se amadurecer e entender o mundo por meio dos olhos de quem amamos.

FICHA TÉCNICA:

Título: O homem ridículo
Autor: Marcelo Rubens Paiva
Formato: 23 x 16 cm
Nº de Páginas: 180
ISBN: 978858419089-8
Preço: R$ 44,90

 

 

Sobre o autor

O escritor Marcelo Rubens Paiva nasceu em São Paulo e formou-se em Comunicação Social pela USP e Teoria Literária pela Unicamp e pela Universidade de Stanford (EUA). É colunista do jornal “O Estado de São Paulo”, diretor teatral e roteirista. Ganhou o prêmio Shell de melhor autor de teatro, em 2000, o prêmio ABL de Cinema pelo roteiro do filme “Malu de Bicicleta”, em 2012, e por três vezes ganhou o prêmio Jabuti. Autor do best-seller “Feliz Ano Velho”, título que já vendeu um milhão de exemplares, tem 12 livros publicados e traduzidos em vários idiomas, entre eles o italiano, o espanhol e o tcheco.

 

Sobre Tordesilhas

Ampliar sua atuação em outros segmentos do mercado, com ênfase nos gêneros de não ficção mais valorizados pelos leitores brasileiros, como biografias, memórias e livros de reportagem. Esse é o objetivo do selo Tordesilhas em sua nova etapa. O apuro na produção dos títulos continua sendo marca registrada do selo, assim como seu compromisso com o rigor das edições e da busca por autores renomados. Além dos clássicos, revisitados com criatividade, estão no radar da nova Tordesilhas escritores nacionais e internacionais que investiguem temas contemporâneos, capazes de nos ajudar a compreender mutações aceleradas do mundo no início do século 21.

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