Nelson Nahim 600x350

 

Mídia corporativa e a produção de notícias falsas; o caso da assunção de Nelson Nahim (o homem das “Meninas de Guarus”) ao paraíso do fórum privilegiado;

Fonte: Somos Assim

A nomeação da deputada federal Cristiane Brasil (PTB/RJ) teve como consequência inesperada o retorno à cena política do Sr. Nelson Nahim, ex-presidente da Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes, que passará a ocupar por alguns meses a vaga aberta na Câmara de Deputados já que era o primeiro suplente da coligação da nova ministra do Trabalho.

 

A mídia corporativa rapidamente se movimentou não apenas para lembrar a condição de ou condenado por exploração sexual de menores do Sr. Nelson Nahim no âmbito do caso que ficou conhecido como “Meninas de Guarus” [1], mas, principalmente, para nos informar a todos os brasileiros que ele é irmão do ex-governador Anthony Garotinho.

 

Tivessem os veículos de mídia um mínimo de responsabilidade para com seus leitores, a informação correta seria de que Nelson Nahim é aliado do (des) governador Luiz Fernando Pezão e do jovem prefeito Rafael Diniz que tem no seu secretariado um de seus filhos. Mas como sabemos que responsabilidade e qualidade da informação não é o forte da mídia corporativa, omitiu-se a informação das relações políticas para ressaltar a ligação familiar. E, pior, sem dar o detalhe fundamental de que os dois irmãos estão rompidos há vários anos no melhor estilo do “Abel versus Caim”.

 

Mas no meio dessa guerra de informações que exemplificam de forma cabal o que são “fake news“, aparece a informação de que o Sr. Nelson Nahim usará o tempo que tiver na Câmara de Deputados para distribuir aos seus pares cópias integrais do processo que resultou na sua condenação por exploração sexual de menores. Aí surge a primeira questão: quem pagará pelas cópias do extenso processo que supostamente serão disponibilizados ao conjunto dos deputados federais? Aparentemente o contribuinte brasileiro, na medida em que essas cópias deverão ser produzidas pelo gabinete do deputado Nelson Nahim.

A segunda questão que se coloca ainda neste quesito é a seguinte:  qual é a relevância da circulação desse processo no congresso nacional? Será que o agora deputado Nelson Nahim tem alguma esperança de encontrar alguém preocupado com sua condenação na Câmara de Deputados, ou ele só está jogando para o público local?

Lamentável mesmo é o fato de podermos constatar que as brechas existentes na legislação brasileira permitam que um condenado possa se valer de uma oportunidade criada pela ciranda de cadeiras no ministério de um governo ilegítimo para poder escapar, ainda que por poucos meses, do seu julgamento em segunda instância. Fosse ele o ex-presidente Lula é provável que a chegada de seu processo à segunda instância não tivesse sido tão vagarosa, permitindo esse encontro fortuito com o fórum privilegiado. Com isso temos ainda o desserviço adicional de criar a imagem de que a classe política é especialmente privilegiada em casos de impunidade, quando o caso apenas reflete padrões mais gerais de impunidade.

Por último, quero frisar que o rumoroso caso das “Meninas de Guarus” é um exemplo clássico de como as punições por crimes cometidos no Brasil são desigualmente distribuídas entre ricos e pobres. É que até onde tenho notícia todos os “empresários” e políticos condenados pelo envolvimento no caso estão livres, leves e soltos; restando aos “bagrinhos” que foram pegos nas redes da justiça o destino merecido por seus atos vis contra crianças pobres indefesas.  Isto sem esquecer o fato de que todos os juízes da Comarca de Campos dos Goytacazes se declararam impedidos de julgar o “Meninas de Guarus”! Como sempre Campos dos Goytacazes mostra estar firme e forte na vanguarda do atraso.

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